A família do ex-assessor de segurança nacional do presidente Nayib Bukele, que morreu sob custódia do Estado, exigiu na sexta-feira explicações sobre a sua morte, denunciando que o seu corpo apresentava sinais de suposta "tortura". 

"Ficamos com um mar de dúvidas, um oceano de dúvidas sobre como aconteceu a morte desta pessoa" disse Lucrecia Landaverde, advogada da família do falecido, Alejandro Muyshondt, à mídia local. 

O ex-assessor de Bukele, que estava preso, morreu na última quarta-feira em um hospital público enquanto estava sob custódia do Estado. 

"O corpo apresenta vários hematomas, múltiplas evidências de que foi torturado de alguma forma", afirmou a advogada. 

Na sexta-feira, Landaverde foi com a mãe do falecido, Patricia Álvarez, a uma promotoria da zona sul de San Salvador, para obter um documento que certificasse a morte de Muyshondt, mas não conseguiram.

Álvarez disse aos jornalistas, sem citar nomes, que o seu filho "foi silenciado" e foi vítima de "assédio" ao estilo "Klaus Barbie", um agente alemão durante o regime nazista envolvido em crimes contra a humanidade durante a Segunda Guerra Mundial. 

Após a prisão de Muyshondt, em 9 de agosto de 2023, Bukele o acusou de ser um "agente duplo" após fazer acusações contra um deputado pró-governo, acusado de "falsidade ideológica" em um documento.

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