A Casa Branca e a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, classificaram como "inapropriados" os comentários sobre a memória de Joe Biden incluídos em um relatório do procurador especial Robert Hur.

"A maneira como o comportamento do presidente foi caracterizado nesse relatório não poderia estar mais errada em termos de fatos e claramente era politicamente motivada", declarou Harris aos jornalistas.

O relatório absolveu Biden de má gestão de documentos classificados, mas, segundo Harris, que atuou anteriormente como procuradora, os comentários sobre a memória de Biden são "gratuitos, imprecisos e inapropriados".

Com essas palavras, Harris eleva o tom. O próprio Biden e a Casa Branca já haviam criticado duramente o relatório, mas não haviam atacado diretamente o procurador especial.

"Quando a conclusão inevitável é que os fatos e as evidências não apoiam nenhuma acusação, você se pergunta por que este relatório dedica tempo a fazer críticas gratuitas e inapropriadas ao presidente", afirmou nesta sexta-feira (9) o porta-voz da Casa Branca, Ian Sams, em uma coletiva de imprensa.

Hur foi nomeado pelo ex-presidente republicano Donald Trump como procurador federal para o distrito de Maryland em 2017 antes de ser nomeado pelo secretário de Justiça de Biden, Merrick Garland, como procurador especial para o caso dos documentos.

Biden, furioso, respondeu na quinta-feira à noite em um discurso na Casa Branca.

"Minha memória é boa", afirmou, muito incomodado com o fato de o relatório mencionar que ele esqueceu o dia da morte de seu filho Beau. "Como ele se atreve?", protestou.

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