O mês de janeiro foi "o mais violento em mais de dois anos" no Haiti, afirmou nesta sexta-feira (9), de Genebra, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. 

Pelo menos 806 pessoas morreram, ficaram feridas, ou foram sequestradas em janeiro, assim como cerca de 300 membros de gangues, também mortos ou feridos, no total de 1.108 pessoas. Trata-se do triplo do número registrado em janeiro de 2023, de acordo com um comunicado divulgado pela agência.

"A situação, por si só lamentável, dos direitos humanos se deteriorou ainda mais, em um contexto de violência incessante e crescente de gangues, com consequências desastrosas para os haitianos", disse o alto comissário Volker Türk no texto. 

"Hoje, mais do que nunca, a vida dos haitianos depende, sem mais demora, do envio da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti (MSS), para apoiar a polícia nacional e garantir a segurança da população haitiana, respeitando-se as normas e os padrões em matéria de direitos humanos", acrescentou. 

A mobilização dessa força multinacional foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em outubro passado. Seu envio foi posto em xeque, porém, depois que um tribunal queniano emitiu uma decisão contra o plano do governo de Nairóbi de destacar um contingente para liderar essa missão. 

O país caribenho vive um caos político desde o assassinato, em 2021, de seu então presidente Jovenel Moïse. Não houve eleições desde 2016, e a presidência está vaga. 

A situação tomou um novo rumo esta semana. Milhares de pessoas protestaram desde segunda-feira na capital do país, Porto Príncipe, e em outros pontos do território, pedindo a saída do primeiro-ministro Ariel Henry, para que se conclua um calendário de transição de poder firmado em 2022. 

Cinco agentes de um órgão de proteção ambiental morreram durante os protestos na quarta-feira (7).

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