A Colômbia está renegociando os tratados de extradição com França, Canadá e Países Baixos para incluir neles delitos ambientais, de narcotráfico e lavagem de dinheiro, informou o ministro da Justiça colombiano, Néstor Osuna, nesta segunda-feira (29).

A intenção é "modernizar" os tratados e "incluir crimes que não estavam" como delitos contra o meio ambiente "e crimes que são tipicamente transacionais" como a lavagem de capitais e o tráfico de drogas, disse Osuna à emissora W Radio.

O ministro se aprofundou no convênio com a França firmado em 1850, quando a Colômbia ainda se chamava Nova Granada.

Esse tratado, que para Osuna "está desatualizado", estabelecia que ambos os países não estavam obrigados a extraditar seus cidadãos.

Agora a Colômbia está propondo à França permitir a entrega de seus cidadãos que são requeridos por estes "crimes contemporâneos".

Apesar da intenção do governo colombiano, Osuna reconheceu que a França "tem sido muito relutante".

O código penal da Colômbia permite que seus cidadãos cumpram pena em outros países apenas em casos nos quais os delitos sejam reconhecidos pela legislação colombiana.

O país sul-americano, que é o maior produtor de cocaína do mundo, tem tratados de extradição com cerca de 20 países de América, Europa e Ásia.

Com os Estados Unidos, o convênio entrou em vigor em 1982, em pleno auge dos cartéis de Medellín e Cali, os maiores exportadores de cocaína do mundo na época.

Líderes criminosos como Pablo Escobar e Gonzalo Rodríguez Gacha ("El Mexicano") tentaram deter sua aprovação mediante atentados e assassinatos.

Hoje, o porto de Roterdã, nos Países Baixos, é um dos principais destinos da droga produzida na América do Sul. Também o de Antuérpia, na Bélgica, e o de Marsella, na França.

Alguns dos criminosos colombianos mais sanguinários estão presos nos Estados Unidos, como Otoniel, ex-líder do Clã do Golfo; Carlos Lehder, cofundador junto com Escobar do Cartel de Medellín; e os irmãos Gilberto e Miguel Rodríguez Orejuela, chefes do Cartel de Cali.

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