A Noruega, um dos principais doadores da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), anunciou neste domingo (28) que manterá seu financiamento apesar das suspeitas de que alguns funcionários estiveram envolvidos no ataque do Hamas em Israel.

"A Noruega decidiu manter seu financiamento", declarou o ministro das Relações Exteriores do país nórdico, Espen Barth Eide, em comunicado.

"Embora compartilhe a preocupação suscitada pelas acusações muito graves relacionadas com alguns membros do pessoal da UNRWA, peço encarecidamente aos outros doadores que reflitam sobre as consequências mais amplas de uma redução do financiamento da UNRWA neste período de situação humanitária extrema", acrescentou.

"Não deveríamos punir coletivamente milhões de pessoas", assinalou o ministro. "A população em Gaza necessita urgentemente de ajuda humanitária e não deve pagar o preço das ações de outrem".

Na sexta-feira, Israel acusou diversos funcionários da UNRWA de envolvimento no ataque do movimento islamista Hamas em seu território em 7 de outubro.

Os Estados Unidos anunciaram imediatamente depois que estavam suspendendo seu financiamento à agência. Desde então, outros países fizeram o mesmo, como Alemanha, Austrália, Itália, Finlândia e Reino Unido.

A UNRWA, por sua vez, demitiu as pessoas acusadas e prometeu que investigaria exaustivamente o caso e que processaria os envolvidos se seu envolvimento fosse comprovado. 

Mesmo assim, Israel anunciou sua decisão de proibir a agência de continuar operando em Gaza depois da guerra.

O ataque do Hamas no sul de Israel causou 1.140 mortes, principalmente de civis, e também incluiu o sequestro de cerca de 250 pessoas que foram levadas como reféns para Gaza, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre que deixa até agora mais de 26.400 mortos, a maioria civis, segundo as cifras do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

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