O poeta russo Lev Rubinstein, conhecido por sua dissidência durante a era soviética e crítico do Kremlin, morreu neste domingo (14) aos 76 anos, poucos dias depois de ter sido atropelado em Moscou, anunciou sua filha. 

"Meu pai, Lev Rubinstein, morreu", escreveu Maria Rubinstein em seu blog no site Live Journal, informou a imprensa russa. 

Em 8 de janeiro, o poeta foi atropelado ao atravessar uma rua da capital e precisou ser internado em estado gravíssimo. 

De acordo com o Departamento de Transportes de Moscou, o proprietário do carro esteve envolvido em 19 violações do código de trânsito nos últimos 12 meses. 

Nascido em 1947 em Moscou, Rubinstein foi uma das figuras da cena literária clandestina soviética das décadas de 1970 e 1980. É considerado um dos fundadores do movimento "conceitualista" da década de 1970, que zombava da doutrina oficial do realismo socialista. 

Após a desintegração da União Soviética, sua notoriedade cresceu, publicou em diversas editoras renomadas e trabalhou como jornalista, sem esconder suas críticas ao presidente russo, Vladimir Putin. 

Em março de 2022, juntamente com outros escritores russos, assinou uma carta aberta qualificando o ataque em grande escala do Exército russo à Ucrânia como uma "guerra criminosa", também criticando as "mentiras" do Kremlin.

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