O Brasil recebeu nesta sexta-feira (12) seu segundo submarino de fabricação franco-brasileira, que usará na proteção de sua costa de 8.500 km, no âmbito do acordo de cooperação militar assinado em 2008 entre os dois países.

Após o primeiro da série, batizado Riachuelo e em serviço desde setembro de 2022, o submarino Humaitá foi incorporado oficialmente à frota brasileira durante uma cerimônia na base naval de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro.

"As entregas não apenas ampliam e fortalecem nosso Poder Naval, mas também elevam a projeção do Brasil como um ator cada vez mais relevante no cenário internacional", disse o ministro da Defesa, José Mucio, na inauguração, de acordo com comunicado da pasta. O embaixador da França, Emmanuel Lenain, também participou do ato.

O Humaitá ajudará a "fazer frente a qualquer tipo de adversidade [...], protegendo as nossas riquezas", declarou a jornalistas o capitão Martim Bezerra de Morais Junior, comandante do novo submarino, referindo-se à patrulha dos mares ao longo da costa, onde o Brasil extrai a maior parte de seu petróleo.

Com torpedos pesados e mísseis e de propulsão convencional, este submarino de classe Scorpène mede mais de 70 metros e pesa mais de duas toneladas. Ele foi construído sob responsabilidade da Marinha brasileira na base de Itaguaí.

Também participou do processo o grupo francês Naval Group, por meio da empresa brasileira Itaguaí Construções Navais (ICN), da qual é proprietária junto com a Novonor (antiga Odebrecht).

Os materiais dos submarinos são produzidos nas plantas do Naval Group na França, antes de serem enviados ao Brasil.

Outros dois submarinos, que a Marinha também deixou a cargo da Naval Group, estão em construção em Itaguaí e devem ser entregues em 2024 e 2025.

O Naval Group, então conhecido como DCNS, havia obtido em 2009 um contrato de 6,7 bilhões de euros (R$ 35,6 bilhões, na cotação atualizada) para a transferência tecnológica e a construção do estaleiro de Itaguaí.

O grupo francês também está desenvolvendo para o Brasil um submarino de propulsão nuclear.

O acordo estratégico de defesa franco-brasileiro foi assinado em 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então em seu segundo mandato.

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