Os países da União Europeia debaterão na próxima semana a possibilidade de enviar uma missão naval para proteger o transporte marítimo no Mar Vermelho, após os recentes ataques do rebeldes huthis do Iêmen, disseram fontes diplomáticas nesta sexta-feira (12).

A ideia estava em pauta em Bruxelas antes de os Estados Unidos e Reino Unido decidirem bombardear as posições huthis no Iêmen, cujo um terço do território é controlado por rebeldes, que contam com o apoio do Irã e enfrentam o regime iemenita com o apoio da Arábia Saudita.

Segundo fontes diplomáticas na Bélgica, a questão poderia começar a ser analisada na próxima terça-feira (16), na busca por um plano para complementar uma aliança formada pelos Estados Unidos e na qual já participaram diversos países do bloco europeu.

A Espanha anunciou nesta sexta-feira que não participará de uma eventual missão europeia ao Mar Vermelho porque já "está participando de 17 missões [internacionais] no momento", declarou em Madri a ministra da Defesa, Margarita Robles.

Em 2023, a União Europeia começou a analisar a possibilidade de ampliar sua missão Atalanta, centrada em proteger o transporte marítimo na costa da Somália, mas o projeto ficou travado.

"Trabalhamos intensamente" para "contribuir para a estabilização" da situação no Mar Vermelho, afirmou nesta sexta-feira, da Malásia, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock.

"Os huthis são responsáveis pelas consequências de suas ações", ressaltou.

Estes rebeldes do Iêmen realizaram uma série de ataques contra o que consideram transporte marítimo associado a Israel na rota comercial internacional que atravessa o Mar Vermelho.

Os huthis tomaram controle de uma parte importante do Iêmen desde a guerra civil iniciada em 2014, apoiados pelo Irã.

Os ataques aéreos realizados na madrugada de sexta-feira pelos EUA e o Reino Unido se somam aos crescentes temores de um conflito mais amplo na região. Os alvos foram uma base aérea, aeroportos e um acampamento militar, segundo o canal de televisão huthi Al-Masirah. Correspondentes da AFP e testemunhas relataram bombardeios em Hodeida e Sanaã.

Em Bruxelas, um porta-voz da Otan afirmou nesta sexta-feira que os ataques dos EUA e Reino Unido contra os huthis no Iêmen foram "defensivos'.

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