O presidente polonês, Andrzej Duda, anunciou nesta quinta-feira (11) sua intenção de indultar dois ex-parlamentares, um deles ex-ministro, detidos esta semana após serem condenados a dois anos de prisão, em um desafio ao novo governo pró-Europa.

"Decidi lançar um procedimento de indulto", disse Duda após receber as esposas dos dois detidos, dirigentes do partido nacionalista conservador Lei e Justiça (PiS), a quem qualificou como "presos políticos".

A polícia prendeu o ex-ministro do Interior Mariusz Kaminski e seu assistente Maciej Wasik na terça-feira no Palácio Presidencial, onde haviam sido acolhidos por Duda. 

Ambos foram condenados em dezembro por um tribunal de apelações a dois anos de prisão por terem excedido as suas funções em um caso que remonta a 2007. 

"Pessoas condenadas que devem ser levadas pela polícia para um local de reclusão, escolhem outro local para se refugiar, provavelmente mais confortável (…), o Palácio Presidencial", disse ironicamente o primeiro-ministro pró-Europa Donald Tusk, que em dezembro assumiu o cargo à frente da coalizão que tirou o PiS do poder. 

Kaminski e Wasik, que se declaram inocentes, foram eleitos deputados em outubro, mas os seus mandatos foram anulados na sexta-feira, em uma decisão que ambos se recusam a reconhecer. 

Kaminski, que era o coordenador dos serviços secretos à época dos fatos dos quais é acusado, é considerado por seus críticos o principal expoente das tendências autoritárias do PiS.

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