O governo da Argentina anunciou, nesta segunda-feira (18), que quem participar de protestos com bloqueios de ruas deixará de receber os programas de assistência social, dias antes da primeira manifestação durante a presidência de Javier Milei. 

"Os únicos que não irão receber os (auxílios) são os que vão ao protesto e bloqueiam a rua", advertiu Sandra Pettovello, ministra de Capital Humano, em um discurso. 

Sua declaração foi feita dois dias antes de uma tradicional manifestação que comemora os 39 mortos nos protestos de 19 e 20 de dezembro de 2001, ano da pior crise econômica, social e política que o país já viveu. 

Pettovello também mirou os organizadores das manifestações. "Informamos que todos aqueles que tenham promovido, instigado, organizado ou participado dos bloqueios perderão o diálogo com o ministério do Capital Humano", uma nova pasta que absorveu as anteriores de Educação, Cultura, Trabalho e Desenvolvimento Social. 

"Quem bloqueia não recebe", enfatizou ao repetir o lema de Milei em seu discurso de posse em 10 de dezembro. 

Na Argentina, existe uma grande quantidade de programas de assistência social. Alguns desses são recebidos de forma direta, na conta bancária do beneficiário. Outros são recebidos através de uma organização que funciona como intermediária entre o Estado e o cidadão.

A ministra anunciou que começarão a auditar as organizações sociais e que o objetivo é eliminar a intermediação. 

Além disso, como já havia feito o ministro da Economia, Luis Caputo, ratificou que duplicará a ajuda para as famílias com filhos menores de idade e aumentará em 50% o auxílio para compra de alimentos, duas medidas destinadas à população mais vulnerável. 

Os anúncios de Pettovello ocorrem depois que a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, apresentou, na semana passada, o Protocolo de Ordem Pública, conhecido como "Protocolo Antipiquetes", que tem como objetivo impedir o bloqueio do tráfego pelas manifestações. 

Além de prever o uso da Polícia Federal, da Gendarmeria Nacional, da Prefeitura e da Polícia de Segurança Aeroportuária, o protocolo contempla que os realizadores das manifestações paguem os custos da operação. 

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