O Irã afirmou ter sido alvo de um ataque cibernético realizado por Israel e pelos Estados Unidos, no qual a distribuição de combustível foi interrompida em 60% dos postos de gasolina nesta segunda-feira.

"Alguns postos de gasolina do país inteiro sofreram um ataque cibernético e a distribuição de combustível foi interrompida", declarou o ministro do Petróleo, Javad Owji, à televisão estatal.

Owji culpou potências estrangeiras pelo ataque, garantindo que, como "o inimigo sionista (Israel) e os Estados Unidos sofreram golpes em outras frentes, eles procuraram criar problemas".

O vice-ministro do Petróleo, Jalil Salari, indicou problemas anteriormente nos cartões que os iranianos utilizavam para comprar a gasolina subsidiada.

O Irã, grande produtor de petróleo, possui um dos menores valores de gasolina no mundo e disponibiliza aos iranianos um cartão que permite a compra de até 60 litros por mês, pelo preço subsidiado de 15.000 rials (cerca de R$1,74) por litro.

Após a falha do sistema, os postos de gasolina "desconectaram o sistema online", disse Salari. Em Teerã, a interrupção causou longas filas nos estabelecimentos e o fechamento de outros, segundo um correspondente da AFP.

O presidente Ebrahim Raisi instou uma investigação e apelou por "medidas imediatas" para resolver a crise.

As autoridades formaram um "comitê de crise" e Salari declarou que esperava que o sistema fosse consertado em poucas horas.

Em outubro de 2021, o Irã sofreu uma interrupção semelhante de uma semana, pela qual as autoridades culparam agentes externos.

O governo acusou Israel de uma onda de ataques, de assassinato à sabotagem contra o seu programa nuclear, enquanto os Estados Unidos e Israel acusam o Irã de orquestrar ataques contra forças e navios aliados na região.

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