80, 90, 100 anos! Se estamos vivendo cada vez mais, por que ainda nos limitamos tanto por conta da idade cronológica? Provando que sonhos não têm idade para serem realizados, Lilian Bertin, empresária, palestrante e autora do livro “Minha Idade Não Me Define”, dá uma verdadeira aula sobre etarismo e superação nesta entrevista inspiradora para o podcast Meu Momento Místico. Afinal, como recomeçar depois dos 50?
Como recomeçar depois dos 50: onde tudo começou
Quando a pandemia do coronavírus “chacoalhou” o mundo, alguma coisa mudou dentro de Lilian também. Em viagem a Dubai, e obrigada a ficar trancada em um quarto de hotel após o diagnóstico de COVID-19, Bertin chegou a se questionar: “e se eu morrer aqui?”. Lá, no entanto, tinha apenas duas opções: chorar ou fazer algo com seu tempo livre. E foi assim que começaram suas pesquisas sobre idade, envelhecimento e sonhos, que transformaram a sua vida.“E daí eu resolvi escrever sobre aquele assunto da idade. (...) E se você analisar, hoje eu tenho 58 anos, vou fazer 59 daqui a uns meses. Eu vejo pessoas com 40 anos, 30 anos, 60 anos. Não, eu não considero essas pessoas idosas, porque são pessoas ativas, dinâmicas, que têm perspectivas, que têm sonhos, que efetivamente não estão só de paisagem.”
Etarismo e empoderamento feminino: a hora da mudança
Sua pesquisa ao longo dos anos trouxe um fruto especial: o livro “A Idade Não Me Define”, focado no etarismo e no empoderamento, em especial das mulheres 50+. Por conta do patriarcado, as mulheres são as mais afetadas pelo preconceito etário, com cobranças relacionadas à aparência, aos filhos, casamento e carreira. Uma cobrança que Lilian nos ajuda a ressignificar.“Se não casou, por que não casou? Se não teve filho, por que não teve filhos? É muito cruel. Então, assim, onde está escrito que existe uma receita de bolo para você ser feliz? Onde está escrito que existe um padrão que vai fazer com que você siga esse padrão e seja feliz? Não existe.”
As transformações no mercado de trabalho: o poder das equipes mistas
Mas, se por um lado o preconceito existe, por outro é também verdade que as transformações estão acontecendo, especialmente no campo profissional. Com o aumento crescente da longevidade, é cada vez maior o número de empresas que têm adotado equipes mistas, com integrantes de gerações distintas. Uma estratégia inteligente, que privilegia a troca e traz benefícios importantes para funcionários e empresas.“As empresas estão tendo que se adequar, porque estão precisando da bagagem que a nossa geração tem, da resiliência que a gente tem, da informação e da capacidade que a gente tem, da experiência mesmo vivida. E qual é o melhor dos mundos? Juntar essas duas gerações. Eu te forneço uma experiência; você me fornece a sua jovialidade, a sua criatividade, esses novos conceitos. E aí é o melhor dos mundos.”
A maturidade com força, não como limite
Ao longo desta conversa, Bertin reforça algo que todos nós precisamos ouvir: não há limites para os nossos sonhos. A sua idade não pode ser alterada (e ainda bem), mas a sua mentalidade, sim. Que a trajetória de Lilian nos inspire a — assim como ela — recomeçar mesmo quando o mundo insiste em dizer que é tempo de parar. Porque, no fim, a verdadeira medida do tempo não está no calendário, mas na coragem de continuar se movendo. Você também pode gostar:- Jornada da Calma: entre o ruído e o silêncio, existe você. Entrevista com Helena Galante
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