Acordar cedo, tomar o café da manhã correndo, trabalhar o dia todo, voltar para casa exausto. Será que a vida é só isso mesmo? Para a jornalista e escritora Helena Galante, editora-chefe da revista Boa Forma e criadora do podcast Jornada da Calma, é possível conciliar o ritmo acelerado da vida moderna com serenidade, presença e propósito genuínos. Quer saber como? Confira essa entrevista inspiradora para o podcast Meu Momento Místico.
Fora do “script”: a virada de chave
Quando criança, nossa entrevistada já se fazia perguntas profundas: de onde vim? Para onde vou? Por que estou aqui? Com a chegada da vida adulta, no entanto, uma “chave” virou: era hora de trabalhar, conquistar independência, “ganhar a vida”. Helena seguiu o roteiro com louvor: cursou duas faculdades, entrou na Editora Abril e provou para si mesma que era possível. Até que, aos 24 anos, o fim de um relacionamento a levou a um vazio inesperado...“E com 24 anos, depois de um término de um relacionamento, eu entrei num buraco que eu não imaginava que eu podia entrar, em um desses momentos que parece que está tudo indo muito bem. (...) Foi quando eu me atentei para: ‘eu vou ter que buscar alguma coisa que me faz bem, e talvez o que me faça bem não seja o script que eu comprei lá atrás’. E foi quando eu comecei a fazer yoga. Foi um começo de um caminho de autoconhecimento.”
Caminhando juntos para chegar mais longe
Esse processo, segundo Galante, não precisa ser solitário. Não é necessário se isolar do mundo ou entrar em uma “caverna” distante para mergulhar no próprio interior. O autoconhecimento também pode acontecer de forma coletiva. Enquanto muitos associam a espiritualidade a um caminho solitário, Helena desafia essa lógica: para ela, de mãos dadas e em comunhão, a jornada rumo à luz interior se torna mais leve e prazerosa.“Então, eu acho que a gente está em um momento de isolamento muito grande, de isolamento mental. Acho que tem um resquício ainda da pandemia, de isolamento físico, (...) de ter essa sensação de preguiça de encontrar com os outros. Mas eu sinto que, na mesma proporção que eu vejo esse movimento de isolamento, eu vejo também as pessoas muito sedentas por outra coisa.”
A Jornada da Calma e o poder do simples
Para a criadora do Jornada da Calma, esse caminho para a paz começa também com hábitos simples no dia a dia: uma respiração mais profunda, uma oração, uma vela acesa para o anjo da guarda, uma conversa verdadeira com um amigo, a comida dos pais com gostinho de infância. O importante é não esquecer: entre o ruído e o silêncio, existe você.“Tem uma coisa que eu faço antes da gravação de Jornada da Calma e que me acompanha sempre, que é uma atenção à respiração. (...) Não importa se eu estou na reunião, se estou com o CEO da empresa, se eu estou com uma pessoa na minha frente que eu estou entrevistando, ou sendo entrevistada. (...) Isso eu acho que é uma carta de autorização que eu dei para mim mesma. Eu posso respirar fundo, não importa o que esteja acontecendo.”
O pote de ouro no fim do arco-íris
Esses pequenos gestos resumem o olhar de Galante sobre o mundo: uma idealista por natureza. Para ela, encontrar a paz é reconhecer que não existe um pote de ouro no fim do arco-íris. O propósito é a própria jornada. Um processo feito de avanços e recuos, acertos e erros, quedas e descobertas que se renovam a cada passo. Para Helena, o autoconhecimento é justamente isso: um modo de viver com leveza, presença e fé, sabendo que a verdadeira chegada acontece todos os dias, a cada passo consciente que damos na vida. Você também pode gostar:- 10 passos para um detox digital: desconectar para conectar
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