Os técnicos-administrativos em educação (TAEs) das Universidades Federais espalhadas pelo Brasil estão em greve desde a última segunda-feira (11/3). Nestes últimos dias, três Universidades Federais da Zona da Mata mineira emitiram notas apoiando o movimento grevista: a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e Universidade Federal de Viçosa (UFV). 

 

O movimento tem como objetivo uma negociação com o Governo Federal para reestruturar o plano de carreira da categoria e ter uma melhoria salarial. Nesta terça-feira (19), a UFJF se posicionou favorável ao movimento dos TAEs, que estão em greve nos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares.

 





“[A UFJF] vem prestar seu apoio à greve nacional dos TAEs, com adesão dos trabalhadores da UFJF em Juiz de Fora e Governador Valadares, deflagrada no dia 11 de março, por compreender sua importância em contribuir para o processo de fortalecimento da educação pública brasileira”, escreveu a entidade em nota publicada no site oficial da instituição.



A UFSJ também emitiu um posicionamento favorável à greve dos técnicos-administrativos. Em nota, a Universidade informou que desde 2020 está ao lado da categoria em busca de melhores condições de trabalho.



“Desde 2020, temos feito pleitos junto às autoridades competentes não só em defesa da melhoria de salários e condições de trabalho dos TAEs, mas também da abertura de novas vagas para a UFSJ, que figura como uma das piores instituições federais de ensino quando se trata da relação técnico-aluno. É injusto que, enquanto desempenham um papel crucial nas universidades, os técnicos administrativos enfrentem condições de trabalho precárias e uma remuneração inadequada”, informou a universidade em nota.



Por fim, a UFV também se mostrou favorável ao movimento e informou que a universidade sofre com falta de técnicos nos quadros da instituição. "Estamos há muito tempo dizendo que o maior problema das universidades federais hoje, em especial a UFV, está relacionado à constante diminuição de seu quadro de servidores. Além de trazer sérias consequências para o funcionamento das instituições, a extinção de cargos, a não realização de concursos e desvalorização da carreira impactam substancialmente todo o funcionamento da Universidade", disse o reitor Demetrius David da Silva”.



O governo federal ainda não se posicionou sobre o movimento grevista.


Reivindicação da categoria



Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), os técnicos-administrativos em educação também estão em greve. Em entrevista ao Estado de Minas, eles explicaram quais as melhorias desejam na carreira.



Entre os pedidos dos trabalhadores está um reajuste salarial na ordem de 40% para recomposição de perdas em oito anos.



De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico - Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia (Sintet-UFU), o Governo Federal não tem proposta de aumento salarial para 2024, apontando apenas reajustes em benefícios como vale-alimentação, vale saúde e auxílio-creche, o que não abarca melhoras para todos, como os aposentados.



Segundo a categoria, o acréscimo salarial viria apenas em 2025 e 2026, na ordem de 4,5% ao ano. O que seria pouco mais de 10% do que é pedido em negociação inicial pelo sindicato ainda em 2024.

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