Marcenaria próxima ao local do acidente com caminhão-tanque no Anel Rodoviário  -  (crédito: Pedro Faria/EM/D.A.Press)

Marcenaria próxima ao local do acidente com caminhão-tanque no Anel Rodoviário

crédito: Pedro Faria/EM/D.A.Press

O tenente Barcelos, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, disse que o acidente com um caminhão-tanque, na madrugada desta quinta-feira (14/03), poderia ter sido muito pior se o combate às chamas não fosse feito com a agilidade das equipes no local.

“A gente sabe que o desastre só não foi maior, justamente por essa agilidade no combate às chamas, que pegaram alguns veículos. Isso porque, a alguns metros funcionava uma marcenaria de móveis, que a gente sabe que poderia ter trazido ainda mais chamas e propagação desse incêndio”, afirmou.

Segundo ele, o combate ao fogo durou cerca de duas horas. “Estamos falando de um combustível com alto poder calorífero, que consegue queimar a distância pela radiação. Precisamos de duas frentes de combate, uma no caminhão e outra nesses veículos e as casas atingidas.”

O tenente contou como foi o salvamento dos moradores nas residências próximas ao local do acidente.

“Conversei com um casal e duas crianças foram retiradas de um banheiro da residência. Precisamos entrar, passando pelo fogo, para retirar as pessoas abrigadas nesse banheiro, com segurança.”

Ainda de acordo com o militar, o motorista morto pode ter sido atingido pelas chamas ao tentar escapar do incêndio. “Pode ter ficado próximo ao local e perdido a consciência e vindo a óbito antes da chegada das nossas equipes.

Barcelos disse ainda que o combustível escorreu pela lateral da rodovia e pode ter atingido algum local de captação de água de chuva. Segundo ele, a Defesa Civil é a responsável por fazer esse monitoramento. “E pode acionar os órgãos ambientais para avaliar essa situação.”

O acidente

Na madrugada desta quinta-feira (14/3), por volta das 2h25, um caminhão-tanque tombou, pegou fogo e incendiou casas e carros às margens do Anel Rodoviário, no Bairro Goiânia, Região Nordeste de Belo Horizonte. O motorista, de 58 anos, morreu carbonizado no local do acidente.

Com o impacto da queda, o tanque foi danificado e a carga de combustível vazou, escorreu e criou uma ‘rua de fogo’, levando as chamas por três quarteirões. Oito residências e dez veículos foram atingidos. Famílias saíram às pressas de casa e pelo menos nove pessoas —quatro homens, três mulheres e duas crianças— tiveram lesões como queimaduras ou pequenos traumas na tentativa de se salvarem.

De acordo com informações preliminares, o caminhão-tanque saiu de Betim, na Grande BH, com destino a Sabará. Ele seguia na BR-381, ao virar à direita para entrar na MG-5, antiga MGC-262, o veículo tombou e pegou fogo. A tragédia pegou os moradores de surpresa, já que a maioria estava dormindo.

Quatro residências foram completamente queimadas. No início da tarde de quinta, a Defesa Civil interditou seis dos oito imóveis atingidos pelo incêndio —três foram totalmente interditados e os demais parcialmente. Quinze mil litros de água e de espuma mecânica foram usados para combater as chamas.

Ao todo, o caminhão carregava 23 mil litros de combustível, sendo 3 mil de diesel, 10 mil de gasolina e 10 mil de álcool. Acionado para a ocorrência, o Corpo de Bombeiros fez o rescaldo de combustível dentro do tanque —cerca de 30% (estimado) do combustível total.

O que levou o caminhão a tombar ainda será esclarecido pelas autoridades. Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que a perícia foi ao local para realizar os primeiros levantamentos que irão subsidiar a investigação. “A ocorrência ainda se encontra em andamento. Outras informações poderão ser repassadas com o avanço dos trabalhos de polícia judiciária”, diz o texto.