A Mineiraria, também conhecida como a casa da gastronomia mineira, foi inaugurada em 2017 com o intuito de fortalecer o setor gastronômico, por meio da promoção de atividades de divulgação e capacitação da culinária de diversas regiões de Minas Gerais. A iniciativa visa proporcionar o compartilhamento de ideias, conhecimento e aprendizado. Mas neste ano, a casa pensada para funcionar como um espaço de exposição de produtos e uma escola gastronômica, com demonstrações e atendimento a profissionais e amadores da cozinha mineira, ainda não tem agenda definida, segundo confirmou Márcia Ribeiro, gestora do espaço. A atual gestão, fruto de concessão do governo do estado, está no aguardo de uma reunião que deve ocorrer ainda neste mês para decidir a programação, bem como os horários de funcionamento.


Construído em 1929, na Rua Uberaba, 865, no Barro Preto, na Região Centro-Sul da cidade, o imóvel funcionou inicialmente como Cadeia Pública do Estado de Minas Gerais. Atualmente, a propriedade é da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que concedeu a gestão à Concessionária Mineiraria – Casa da Gastronomia SPE LTDA, conforme contrato de concessão de uso vigente.


Representantes do setor estranham a ausência de atividades na Mineiraria. Para o secretário-executivo da Frente da Gastronomia Mineira, Lino Ramos, o local deveria funcionar como ponto de convergência. “O papel da Mineiraria era ser um catalisador e, ao mesmo tempo, um espaço onde a culinária mineira fosse fortalecida enquanto marca. Um espaço para capacitar profissionais para o mercado”. No entanto, a destinação teria se desvirtuado. Para ele, a concessão não abre espaço para debates envolvendo os movimentos sociais, já que a casa só recebe eventos privados mediante pagamento de aluguel. Ele lamenta que a estrutura, que foi reformada com verbas públicas, ainda não tenha conseguido ser transformada em uma vitrine para a gastronomia mineira.


A Mineiraria já foi palco de reuniões e lançamentos da Semana da Gastronomia. A atual gestão explicou que a casa abre pontualmente para eventos privados de clientes que alugam o imóvel. “É um desperdício que esteja tendo uma finalidade apenas privada. Porque você não pode falar de gastronomia pensando só em um segmento da sociedade, e nada melhor que um espaço que foi construído com recursos públicos para aplicar uma política mais cidadã”, finaliza Lino, que também é chef de cozinha.


*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho

 

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