Layze Stephanie era mãe de duas crianças, de 3 e 6 anos; suspeito de homicídio foi preso -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Layze Stephanie era mãe de duas crianças, de 3 e 6 anos; suspeito de homicídio foi preso

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“Quero que a Justiça seja feita, que ele não saia da cadeia de jeito nenhum”. A fala é da mãe de Layze Stephanie da Silva, de 21 anos, que foi encontrada com 90% do corpo queimado às margens da BR-040, próximo a Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na noite dessa segunda-feira (19/2). A jovem estava desaparecida desde o domingo de carnaval (11/2), quando foi levada da casa dos pais pelo namorado, suspeito do crime.

 

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A genitora, que não quis se identificar, disse ter medo de que, caso seja solto, o suspeito de matar sua filha vá atrás da família. Isso porque, dias antes dos dois desaparecerem, Layze levou o homem para a casa dos pais e o apresentou como seu companheiro. Eles teriam ficado no local por três dias. A vítima deixou os dois filhos, de três e cinco anos. As crianças já eram criadas pela avó.

 

“Agora estou com um buraco no coração, quero que a Justiça seja feita e que ele não saia da cadeia de jeito nenhum. Eu tenho medo da polícia soltar ele e acabar fazendo alguma coisa com a gente. Porque ele participou da minha casa. Ele viu que ela tinha dois filhos pequenos e depois a matou”, desabafa a mãe da jovem.

 

Ainda conforme a mulher, na noite de domingo o homem apareceu na casa “alterado” e “causando confusão”. Ele teria confiscado o aparelho celular de Layze e afirmava a todo momento que estava jurado de morte por ter uma dívida com integrantes do tráfico de drogas do Comando Vermelho.

 

“Ele pegou, arrumou as bolsas e falou que ia embora porque o povo do Comando Vermelho estava atrás dele, porque ela tinha denunciado ele. Mas para mim, ele estava obrigando ela a concordar com ele. Porque ele falava e em seguida dizia 'não é amor'. Nós ficamos sem comunicação com ela até quando ele ligou para pedir dinheiro”, relata.

 

Extorsão

 

A família de Layze só foi ter notícias dela quando, depois de alguns dias, o homem ligou para uma parente afirmando que só a soltaria caso a família o transferisse R$ 30 mil. De acordo com sua mãe, o suspeito chegou a explicar que o valor seria usado para pagar a dívida com o tráfico de drogas. A extorsão seguiu até essa segunda-feira (20/2), quando o então namorado afirmou que deixaria Layze no bairro da família, mesmo sem o pagamento.

 

“Ele começou a falar que, se ela não pagasse a dívida, o Comando Vermelho iria matá-la. Ontem, ele me ligou e disse que iria trazê-la para casa. À tarde, eu liguei e ele me disse que iria deixá-la em algum ponto aqui do bairro. Quando foi 20h, ela ainda não tinha aparecido. Então, ele me ligou dizendo que 'soltou' ela aqui no bairro, com uns homens que conheciam a nossa família. Meia hora depois que ele disse isso, a polícia me ligou e me disse que encontraram a Layze na BR”, conta a mãe da jovem.

 

Layze foi encontrada com o corpo em chamas por um caminhoneiro que passava por um trecho da BR-040 próximo a Pedro Leopoldo, na Grande BH. O motorista acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Além dos ferimentos causados pelo fogo, ela também foi esfaqueada ao menos sete vezes.

 

“Ele matou a minha menina de um jeito tão covarde. Minha filha era tão bonita e ele tirou a vida dela. Acabou com a minha filha. Eu não quero que a polícia solte ele nunca. Quero que ele apodreça dentro da cadeia”, lamenta a mãe de Layze.

 

Prisão

 

O suspeito, inicialmente identificado como Rogério, foi encontrado com uma mulher no Bairro Jardim Leblon, na Região de Venda Nova, em BH. A Polícia Militar chegou até ele por meio de uma chave Pix, que foi enviada para o pagamento da dívida. Ele chegou a confessar que teve relações sexuais com Layze horas antes do crime e que deixou o celular dela como garantia de pagamento por usar o quarto de um motel. Já a mulher que estava com ele, afirmou que os dois precisavam de dinheiro para pagar uma dívida.

 

Com o suspeito, a polícia encontrou identidades falsas. Ele negou que tenha participação do feminicídio, afirmando que teria deixado a namorada no bairro em que morava com a mãe. Em relação às falsificações, ele alegou que as usava para trabalhar como motorista de aplicativo.

 

De acordo com a Polícia Civil (PCMG), o homem foi preso em flagrante por extorsão mediante sequestro e homicídio qualificado. Já a mulher que estava com ele, foi ouvida e liberada.

 

“Ele está jurando de pé junto que não foi ele que matou ela. Mas então, quem matou ela? Se a polícia rastreou o carro dele lá em Venda Nova. E ele estava com gasolina, faca. Estava tudo com ele. Não tem outra pessoa para ter matado a minha filha”, desabafou a mãe da vítima.