Na tentativa de parar o fugitivo, Alessandro se agarrou ao limpador de para-brisas e ficou pendurado no capô -  (crédito:  Redes sociais)

Na tentativa de parar o fugitivo, Alessandro se agarrou ao limpador de para-brisas e ficou pendurado no capô

crédito: Redes sociais

A Polícia Civil, concluiu o inquérito que apurou a morte do instrutor de autoescola Alessandro Gomes de Carvalho, de 48 anos, ocorrida no dia 12 de abril do ano passado, depois de ter sido arrastado por um carro, um Voyage, caindo na rua, quando foi atropelado por outro, que vinha em sentido contrário.

O crime ocorreu no Bairro Floramar e o autor está sendo indiciado por dois crimes, homicídio culposo com agravante de motivo fútil e fraude processual no trânsito.

Segundo o delegado Rodrigo Fagundes, da Divisão Especializada de Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito, o inquérito possui 225 folhas e, além de diversas testemunhas ouvidas, foram verificadas imagens de câmeras de segurança, que fazem parte do inquérito. A vítima ficou internada por três dias, em estado grave, quando morreu no Hospital Risoleta Neves.

“Houve uma batida de trânsito, num estacionamento. Alessandro, que estava num Fiat Mobi, e era instrutor de direção, estava ao lado de um aluno, quando o autor esbarrou na traseira do veículo. No momento que isso aconteceu, os dois desceram dos carros e começaram a conversar.

No entanto, quando o instrutor falou em registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.), o motorista do outro carro ficou alterado, entrou no veículo e manobrou para sair. "Alessandro se agarrou no capô, na tentativa de impedir o motorista de sair do local", conta o delegado.

A partir daí, segundo o delegado, o motorista entrou numa rua, mas Alessandro, que foi levado em cima do capô do veículo do suspeito, desequilibrou e acabou caindo. “Outro motorista, que vinha no sentido contrário, tentou desviar da vítima, jogando o carro para a direita, mas acabou esbarrando em Alessandro, que bateu com a cabeça, fortemente, no asfalto”. Segundo o delegado Rodrigo, esse motorista não teve culpa alguma.

A polícia conseguiu localizar o primeiro motorista, que tinha fugido. “Ele, com seu advogado, tentou criar uma situação, dizendo que tinha sido agredido, física e moralmente, pelo instrutor. E depois disso, postou fotos de marcas no veículo, alegando que teria sido o instrutor de autoescola, o responsável pelo acidente”.

No entanto, as marcas, postadas na internet, não condizem com a perícia feita no automóvel logo depois do acidente. “Por isso, o indiciamento em fraude processual no trânsito, pois tentou tumultuar a investigação”.

O delegado explicou ainda que o motivo de Alessandro ter falado em registrar um B.O. se justifica, pois é uma exigência da autoescola para quem trabalha, em caso de sinistro, por menor que seja.

A demora em concluir o inquérito, segundo o delegado, se deu pela necessidade de ouvir testemunhas e coletar provas, no caso, vídeos. “Todas as declarações e imagens, derrubam a tese do motorista do Voyage, de que teria sido agredido. Ninguém falou nisso e as imagens também mostram que nada aconteceu e que a conversa foi amistosa”.

Pelo crime de homicídio culposo com agravante de motivo fútil, a pena é de 12 a 30 anos, e o de fraude processual no trânsito, de seis meses a um ano.