Ex-secretário nega que houve perseguições; caso foi encaminhado para o MPMG  -  (crédito: Reprodução/Facebook)

Ex-secretário nega que houve perseguições; caso foi encaminhado para o MPMG

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O secretário de Saúde de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Gilson Urbano, foi exonerado nessa terça-feira (05/12), após a divulgação de uma carta aberta assinada por servidores da pasta alegando assédio moral do secretário no ambiente de trabalho.

Os servidores municipais fizeram uma campanha nas redes sociais com a hashtag #assédionucamais com uma petição pública assinada por cerca de 500 pessoas.

A motivação para o pedido de saída do então ex-secretário surgiu após uma reunião no gabinete de Gilson Urbano e os servidores da saúde na sexta-feira (01/12).

Na petição pública é relatado que durante a reunião, servidores foram ameaçados e agredidos verbalmente.

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Ainda segundo a petição, o episódio iniciou com o então secretário “proferindo diversos socos na mesa à medida que falava a respeito da cobrança da entrega de um documento e seguindo com insultos a um dos servidores, inserindo aspectos pessoais e íntimos do servidor com acusações infundadas”.

Segundo o texto, as agressões são constantemente efetuadas por Gilson Urbano, “que grita, humilha, assedia moral e verbalmente diversos servidores, utilizando, por muitas vezes, fragilidades psicológicas e vulnerabilidades dos servidores. Os principais alvos de suas agressões são mulheres e pessoas negras, o que atribui um caráter racista e machista de suas atitudes”.

Ainda conforme a carta aberta da petição, “o clima no ambiente de trabalho é de constante tensão e medo das reações agressivas de Gilson Urbano, que usa o cargo que ocupa para humilhar seus servidores”.

Saúde no trabalho

De acordo com o conteúdo da carta, a saúde mental dos trabalhadores do serviço público tem sido abalada. Após a reunião de sexta-feira, diversos servidores sentiram-se mal e recorreram à assistência médica. “Outros, entre choros e tremores, não conseguiram desempenhar suas funções de trabalho, devido ao abalo psicológico”.

A carta também relata que o então secretário responde a diversos processos de assédio moral que não resultaram em nada e ressalta que as atitudes têm adoecido os servidores.

A carta aberta com a assinatura dos servidores foi encaminhada para a prefeitura de Lagoa Santa, para o Conselho Municipal de Saúde de Lagoa Santa, Câmara Municipal de Lagoa Santa e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Resultado

Na segunda-feira (04/12) o então secretário de Saúde de Lagoa Santa publicou uma carta nas redes sociais com um pedido de desculpas.

Na carta, Gilson Urbano se posiciona sobre a reunião ocorrida em seu gabinete. “Foram ditas palavras dos dois lados e comportamentos nos quais não me orgulho, e que sinceramente me arrependo e peço desculpas no mais sincero do meu coração. Ressalto que todas as tensões e conflitos sempre foram motivados para que os usuários pudessem ser atendidos e nunca por questões pessoais e por perseguição”.

Gilson finaliza pedindo perdão pelo acontecido, e diz "não podemos pactuar com nenhum tipo de violência, mas também não podemos praticar injustiças”.

Após a repercussão, em uma reunião com gestores da prefeitura, nessa terça-feira (05/12), foi publicado no site oficial da prefeitura o Ato nº 7.945 que exonerou Gilson Urbano do cargo de secretário de Saúde de Lagoa Santa. Na ocasião, foi nomeado como secretário de Saúde, João Paulo da Silva.