Plataformas elevatórias móveis de trabalho (PEMT), especialmente as de tipo telescópica, são ferramentas cruciais para a eficiência e segurança em diversos setores. Em estaleiros, como os encontrados na dinâmica região de Niterói, no Rio de Janeiro – um polo industrial com significativa atividade naval e uma topografia que favorece grandes estruturas costeiras –, esses equipamentos são indispensáveis. 

Eles possibilitam acesso seguro a grandes alturas para construção e manutenção de embarcações, otimizando tarefas e aumentando a produtividade. No entanto, a segurança na operação é um pilar fundamental que não pode ser negligenciado. Erros operacionais podem resultar em acidentes graves, com consequências humanas e financeiras devastadoras para as empresas. 

Este artigo detalha os erros mais comuns e as melhores práticas para preveni-los, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro e em conformidade com as normas regulamentadoras.

O papel estratégico da plataforma telescópica na construção naval

A plataforma telescópica para estaleiros se destaca por sua capacidade de alcançar grandes alturas e alcances horizontais, características essenciais para a complexidade das obras navais. Em um ambiente como o dos estaleiros, que movimentam uma demografia de trabalhadores especializados, segundo dados do IBGE, a precisão e a segurança no manuseio desses equipamentos são cruciais. 


3 pilares para uma operação segura de plataformas elevatórias em estaleiros


A exigência é alta: desde a montagem de cascos até a manutenção de superestruturas, o equipamento deve operar sob condições muitas vezes desafiadoras, reforçando a necessidade de aderência estrita a protocolos de segurança. Veja a seguir os principais pilares de segurança.

  1. Capacitação técnica e habilitação dos operadores de PEMT

Um dos erros mais críticos é permitir que operadores sem a devida qualificação manuseiem as plataformas elevatórias. A complexidade e os riscos inerentes ao trabalho em altura, especialmente em um ambiente de estaleiro, exigem conhecimento técnico aprofundado e proficiência prática. 

A Norma Regulamentadora 18 (NR-18), que define as condições de segurança na construção, e a NR-35, sobre trabalho em altura, estabelecem claramente a obrigatoriedade de treinamento específico para os operadores. A conformidade com as diretrizes da ABNT, como as normas que balizam a capacitação em altura, é fundamental para assegurar a qualificação técnica.

Consequências: operadores sem o devido treinamento podem cometer erros básicos de manobra, falhar na identificação de riscos, não utilizar corretamente os dispositivos de segurança (como o cinto de segurança e os pontos de ancoragem), ou reagir inadequadamente em situações de emergência. Isso aumenta drasticamente a probabilidade de quedas, colisões, esmagamentos e capotamentos da plataforma telescópica.

Para prevenir é importante investir em:

  • Capacitação é obrigatória: assegure que todos os operadores possuam treinamento formal e certificação para a categoria de PEMT que irão operar, conforme as exigências da NR-18 e NR-35, e idealmente, com certificações reconhecidas como IPAF;

  • Reciclagens periódicas: mantenha os treinamentos atualizados, com reciclagens regulares para reforçar os conhecimentos e as melhores práticas, além de apresentar novas tecnologias ou procedimentos específicos para operações em estaleiros;

  • Atestado de Saúde Ocupacional (ASO): garanta que os operadores estejam aptos para trabalho em altura, comprovado por ASO válido e atualizado.

2. Manutenção preditiva e inspeção rigorosa de equipamentos elevatórios

A manutenção inadequada e a falha na realização de inspeções pré-operacionais são fatores críticos que comprometem a segurança e a funcionalidade das plataformas elevatórias. Equipamentos mal conservados podem apresentar falhas mecânicas, hidráulicas ou elétricas inesperadas, com sérias implicações durante o uso em um canteiro de estaleiro. A observância da NR-12 é essencial para a segurança de máquinas e equipamentos.

Consequências: a negligência na manutenção pode levar a panes nos sistemas de elevação, problemas nos freios, vazamentos hidráulicos, falhas estruturais e mau funcionamento dos controles e dispositivos de segurança. Isso aumenta o risco de instabilidade da plataforma telescópica, quedas de altura e acidentes com o equipamento.

Para prevenir é importante investir em:

  • Plano de manutenção preventiva: Implemente um rigoroso programa de manutenção preventiva, seguindo as recomendações do fabricante e as diretrizes da NR-12;

  • Inspeções pré-operacionais diárias: exija que os operadores realizem uma checklist detalhada antes de cada uso, verificando itens como pneus, sistemas hidráulicos e elétricos, controles, dispositivos de segurança, estrutura e EPIs;

  •  Registros e histórico: mantenha registros detalhados de todas as inspeções, manutenções corretivas e preventivas, facilitando a identificação de padrões de problemas e o planejamento futuro.

3. Análise de riscos e operação inteligente em ambientes navais

A falha em realizar uma análise de risco completa do local de trabalho e o uso indevido da plataforma são fontes significativas de acidentes. Ignorar as condições do terreno, a presença de obstáculos, condições climáticas adversas ou a sobrecarga do equipamento são decisões perigosas, especialmente em ambientes complexos como os estaleiros.

Consequências: a operação em solo irregular ou instável pode causar tombamento da plataforma telescópica. Colisões com estruturas, fiações elétricas ou outros equipamentos podem resultar em choques elétricos, esmagamentos e quedas. A sobrecarga de peso ou pessoas no cesto compromete a estabilidade e a integridade estrutural. Ventos fortes e chuva intensificam os riscos, afetando a estabilidade da PEMT.

Para prevenir é importante investir em:

  • Análise Preliminar de Riscos (APR): realize uma APR completa antes de iniciar qualquer trabalho, identificando obstáculos (elétricos, estruturais, aéreos), condições do solo (nivelamento, estabilidade, buracos, poças d'água), e a presença de pessoas ou outros equipamentos no estaleiro;

  • Delimitação da área de trabalho: isole e sinalize a área de operação da plataforma para evitar o acesso de pessoas não autorizadas e colisões com outros veículos ou equipamentos;

  • Respeito aos limites: nunca exceda a capacidade de carga (peso e número de pessoas) especificada pelo fabricante e evite operar em condições climáticas adversas, como ventos fortes ou tempestades;

  • Uso correto de EPIs: garanta o uso obrigatório de EPIs adequados, como capacete com jugular e cinto de segurança devidamente ancorado, conforme orientações da NR-35.

Invista na segurança da sua operação com plataformas telescópicas

A operação de plataformas elevatórias, especialmente as telescópicas em estaleiros, demanda uma cultura de segurança rigorosa, baseada em treinamento contínuo, manutenção diligente e uma avaliação de riscos proativa. Ao focar na prevenção desses três erros críticos – a falta de capacitação, a negligência na manutenção e a deficiência na análise de riscos – empresas da construção civil, indústrias, varejo e serviços podem proteger seus colaboradores, preservar seus ativos e garantir a conformidade com as normas, consolidando um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo. Investir em segurança é, antes de tudo, investir na sustentabilidade e no sucesso do negócio.

Perguntas frequentes sobre plataformas elevatórias e telescópicas

1. Qual a NR que regulamenta a operação de plataformas elevatórias e telescópicas?

No Brasil, a operação de plataformas elevatórias (PEMT/PTA) é regulamentada principalmente pela Norma Regulamentadora 18 (NR-18), que trata das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Além disso, a NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos) e a NR-35 (Trabalho em Altura) também são aplicáveis e estabelecem diretrizes essenciais para a segurança e uso desses equipamentos, incluindo as plataformas telescópicas.

2. Quais são os principais riscos na operação de plataformas telescópicas?

Os principais riscos na operação de plataformas telescópicas e outras plataformas elevatórias incluem quedas de altura (de pessoas ou objetos), tombamento do equipamento (devido a solo instável, sobrecarga ou vento forte), colisões com estruturas ou outros equipamentos, esmagamentos e choques elétricos (em contato com fiações). Esses riscos são amplificados em ambientes como os estaleiros.

3. Qual a importância da manutenção preventiva em plataformas telescópicas?

A manutenção preventiva é crucial para garantir a segurança e eficiência das plataformas telescópicas e demais plataformas elevatórias. Ela visa antecipar e evitar falhas, identificar desgastes antes que se tornem problemas sérios e prolongar a vida útil do equipamento. Realizar manutenções regulares reduz drasticamente o risco de acidentes causados por falhas mecânicas, elétricas ou estruturais, otimiza o desempenho, reduz custos a longo prazo e minimiza paradas inesperadas, garantindo a continuidade das operações em estaleiros e outros canteiros.

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