Nos últimos anos, o comportamento financeiro da Geração Z tem sido alvo de inúmeras pesquisas e reportagens, especialmente sobre como estes jovens estão se adaptando às mudanças econômicas e utilizando tecnologias para gerenciar suas finanças. Entre janeiro e julho de 2025, foi notável o aumento de 49% na renegociação de dívidas por jovens entre 18 e 25 anos na plataforma Serasa Limpa Nome, comparando-se com o mesmo período do ano anterior. Tal incremento destaca a crescente consciência financeira deste grupo etário e sua disposição para adotar medidas que previnam problemas futuros.
A análise do perfil desses jovens revela uma tendência interessante: muitos estão se tornando financeiramente independentes mais cedo. De acordo com uma pesquisa, 55% dos jovens dessa faixa etária são responsáveis por seus próprios gastos mensais, enquanto 39% contribuem significativamente para o orçamento familiar. A criação em um ambiente econômico instável impulsionou 57% destes jovens a priorizar a estabilidade financeira como objetivo.
Quais são as prioridades financeiras da Geração Z?

Dentro das prioridades apontadas, 51% dos jovens desejam economizar para adquirir bens importantes como casas e carros. Outras prioridades incluem o pagamento de contas básicas (34%), investimentos (33%), gastos com bem-estar (18%), viagens (10%) e poupança para aposentadoria (7%). Além disso, 29% demonstram intenção de focar no pagamento de dívidas, uma clara indicação da preocupação com a saúde financeira a longo prazo.
A educação financeira tem papel fundamental na definição dessas prioridades, e o acesso fácil à informação pela internet e redes sociais contribui para que os jovens façam escolhas mais conscientes. Muitos buscam cursos gratuitos, influenciadores de finanças e aplicativos dedicados ao controle de gastos, o que fortalece o planejamento financeiro pessoal desde cedo.
Como a Serasa facilita a negociação de dívidas?
Em parceria com mais de mil empresas, a Serasa oferece atualmente 623 milhões de propostas de negociação com descontos de até 90%. Isso é viabilizado através de três canais principais: seu site oficial, o aplicativo Serasa e o WhatsApp. Conforme relatado por Patrícia Camillo, gerente da Serasa, essa iniciativa visa permitir que os jovens evitem problemas financeiros maiores no futuro, proporcionando-lhes ferramentas para a gestão proativa de suas dívidas.
Também é importante destacar que a Serasa investe em campanhas educativas e parcerias com empresas de tecnologia, facilitando o acesso a condições especiais de pagamento. Por meio dessas ações, a plataforma tem consolidado seu papel como mediadora entre consumidores endividados e credores, estimulando acordos que beneficiam ambos os lados.
A inadimplência no Brasil está diminuindo com a renegociação de dívidas?
Apesar do aumento de jovens na busca por negociação, a inadimplência no Brasil ainda apresenta crescimento significativo. Em julho de 2025, o país tinha 78,16 milhões de pessoas com nomes negativados, o maior registro do ano. Estas dívidas abrangem bancos e cartões de crédito (27,2%), contas básicas como água, luz e gás (20,6%) e financeiras não bancárias (19,47%).
Os especialistas apontam que embora a renegociação ajude a evitar o agravamento de situações de inadimplência, ela não é suficiente para frear o avanço do número de devedores sem o devido apoio à educação financeira. Por isso, políticas públicas e o ensino de noções básicas de economia nas escolas tornaram-se ainda mais cruciais para enfrentar esse cenário preocupante.
Por que é importante a renegociação como estratégia financeira?
Especialistas em contabilidade e finanças ressaltam a importância de acompanhar acordos de quitação para assegurar a saúde financeira pessoal. A renegociação de dívidas não apenas ajuda a evitar o acúmulo contínuo de juros e multas, como também facilita o planejamento financeiro e a manutenção de um histórico de crédito positivo. A ação da Geração Z neste cenário não apenas evidencia uma mudança de comportamento, mas também aponta um caminho promissor rumo à estabilidade financeira pessoal.
A renegociação ainda pode abrir portas para o acesso a novos créditos e financiamentos, possibilitando a realização de projetos de vida como cursar uma faculdade, viajar ou comprar o primeiro imóvel. Por isso, adotar a renegociação como estratégia se mostra fundamental, principalmente para os jovens que estão iniciando sua trajetória financeira.
Como a tecnologia auxilia a Geração Z no controle de dívidas?
A tecnologia tem sido uma grande aliada da Geração Z ao oferecer aplicativos e plataformas que ajudam no controle dos gastos, acompanhamento de dívidas e planejamento de metas financeiras. Ferramentas como planilhas automáticas, aplicativos bancários e robôs de investimento atraem especialmente jovens, que costumam ser bastante conectados e ágeis com o uso do digital.
Além disso, a integração dessas tecnologias com bancos digitais possibilita maior transparência e praticidade na visualização das finanças. Muitos aplicativos vêm incorporando funcionalidades como controle de vencimentos, lembretes de pagamentos e acesso facilitado à renegociação, o que contribui significativamente para a redução do risco de inadimplência.
Os desafios da educação financeira na juventude
Embora a Geração Z demonstre maior interesse pelo tema financeiro, muitos jovens ainda enfrentam dificuldades em aplicar conceitos como orçamento, investimento e controle de gastos. A falta de programas educacionais formais sobre finanças pessoais no ensino médio e fundamental contribui para essa lacuna de conhecimento.
Iniciativas como workshops, palestras e cursos de curta duração oferecidos por instituições privadas e ONGs começam a preencher esse espaço, mas a demanda ainda é alta. O fortalecimento dessas ações é fundamental para prevenir o endividamento precoce e apoiar o desenvolvimento de uma relação saudável com o dinheiro.
O papel da família e do ambiente social nas decisões financeiras
O contexto familiar e social exerce grande influência sobre as decisões financeiras dos jovens. Famílias que conversam abertamente sobre finanças e incentivam o uso consciente do dinheiro contribuem para que os jovens desenvolvam hábitos financeiros mais saudáveis, além de estimular a busca por independência e estabilidade.
Da mesma forma, grupos de amigos e redes sociais também impactam tanto de maneira positiva quanto negativa. O incentivo ao consumo, presente nas tendências digitais, pode levar a gastos excessivos, enquanto o compartilhamento de dicas de economia e investimentos pode orientar boas práticas. Por isso, o desenvolvimento de um olhar crítico é fundamental para a Geração Z avançar com disciplina e autonomia rumo a um futuro financeiro mais promissor.




