A endometriose afeta milhões de mulheres em todo o mundo e vai muito além das cólicas menstruais intensas. Segundo o Dr. Juan Lambert (CRM-SP 163.256), médico com foco em performance, menopausa e emagrecimento, essa condição precisa ser encarada como uma doença inflamatória sistêmica com características autoimunes.
Com mais de 1,6 milhão de seguidores no Instagram (@drjuanlambert), ele explica que a abordagem ideal exige mudança alimentar, prática de exercícios e uso de suplementos com base científica. A endometriose, quando não tratada adequadamente, pode avançar para órgãos como intestino, ovários e trompas, levando a complicações graves — inclusive cirúrgicas.
O que é, de fato, a endometriose?
Na teoria, a endometriose é definida como a presença de tecido endometrial fora do útero, onde normalmente deveria se restringir. Esse tecido, ao ser influenciado por hormônios do ciclo menstrual, provoca inflamação, dor e formação de aderências. Porém, na prática, o Dr. Lambert reforça que se trata de uma inflamação crônica sistêmica, com forte componente imunológico envolvido.
Os sintomas mais comuns incluem cólica menstrual severa, dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual, sangramentos irregulares e dificuldade para engravidar. Por isso, o diagnóstico precoce e uma abordagem multifatorial são fundamentais para evitar a progressão da doença e preservar a fertilidade.
Alimentação inflamatória piora a endometriose?
Sim. A dieta é um dos pilares do tratamento. Segundo o Dr. Juan, o primeiro passo é eliminar alimentos inflamatórios como glúten, lactose, açúcar refinado e soja. Este último merece atenção especial, pois contém isoflavonas, fitoestrógenos que mimetizam o estrogênio natural do corpo, estimulando o crescimento do tecido endometrial.

A endometriose é uma doença estrogênio-dependente. Por isso, qualquer elemento que aumente essa exposição pode agravar os sintomas. Optar por uma alimentação anti-inflamatória ajuda a modular o sistema imunológico, reduzir a dor e controlar o avanço da condição de forma natural e eficaz.
Atividade física também é parte do tratamento?
Sim. Praticar atividade física regularmente reduz a resistência à insulina, melhora o metabolismo e diminui o acúmulo de gordura corporal — que por sua vez é fonte de inflamação. Segundo Dr. Lambert, não existe melhora real na endometriose sem o movimento físico. Exercícios ajudam a regular os hormônios, reduzir dores e promover maior bem-estar.
Além disso, o movimento ajuda na produção de neurotransmissores como serotonina e endorfina, que reduzem o estresse e a percepção da dor. É uma estratégia natural e segura para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com essa condição.
Quais são os suplementos mais indicados?
O primeiro suplemento citado é o ômega 3, por sua ação anti-inflamatória reconhecida. Ele ajuda a reduzir cólicas, dor pélvica e marcadores inflamatórios. O segundo é o magnésio, que contribui para o relaxamento muscular, melhora o sono e atua indiretamente no equilíbrio hormonal, aumentando a liberação de melatonina.
A vitamina D é outro nutriente essencial, com ação imunomoduladora, importante para conter o avanço da endometriose. Ela regula a resposta do organismo ao crescimento anormal do tecido endometrial. O óleo de prímula também aparece como aliado natural, por conter ácido gamalinolênico, que alivia sintomas como sensibilidade mamária e inflamação.
Esses suplementos substituem o tratamento médico?
Não. A suplementação serve como apoio ao tratamento clínico ou cirúrgico, sempre com orientação profissional. A endometriose exige uma abordagem integrada, e os suplementos são apenas parte de um plano que inclui ajustes alimentares, atividade física e, em alguns casos, uso de medicações específicas.
O Dr. Juan Lambert reforça que, para cada paciente, a combinação ideal pode variar. Por isso, mesmo suplementos naturais devem ser indicados com base em exames e avaliação médica individualizada.
Fontes e links utilizados
- PubMed Central – “Omega-3 supplementation for pelvic pain in endometriosis”
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7415808 - NIH – “The role of magnesium in female hormonal health”
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8652382 - Perfil oficial do Dr. Juan Lambert no Instagram
https://www.instagram.com/drjuanlambert