A Country Road, varejista australiana de moda, vai fechar três lojas em Sydney devido à queda nas vendas e à necessidade de cortar custos. A loja icônica no Queen Victoria Building será encerrada, assim como unidades da marca irmã Trenery e do Pitt Street Mall, com fechamento previsto até 2028.
O grupo Woolworths, dono sul-africano das marcas, apontou uma retração de 6,2% nas vendas no primeiro semestre do ano fiscal 2024-25, seguida de nova queda de 8% até dezembro. Os lucros despencaram 71,7%, somando apenas US$ 14,2 milhões.
Qual o impacto financeiro da queda nas vendas para a empresa?
A queda de receita provocou um corte agressivo na operação física da empresa. Com lucro operacional em queda de mais de 70%, a reestruturação busca evitar prejuízos maiores, diante do baixo desempenho no mercado interno.
Segundo o balanço divulgado, os números preocupam investidores e afetam a estratégia da Woolworths, que vem enxugando operações com foco em eficiência e rentabilidade.
A Country Road sempre enfrentou dificuldades no mercado?
Fundada em 1974, a Country Road construiu reputação como marca de roupas casuais e itens de lifestyle sofisticados. Foi pioneira na expansão para os EUA e permaneceu como símbolo de moda premium australiana.
No entanto, após ser adquirida pela Woolworths em 2014, passou a enfrentar dificuldades semelhantes às de outros players do varejo físico, com alta concorrência e mudanças no consumo.

O que outros varejistas australianos estão enfrentando?
O setor está em retração. A Mosaic Brands, dona de várias redes como Millers e Noni B, entrou em administração voluntária com dívida estimada em US$ 318 milhões. Já a Jeanswest fechou lojas em março, demitindo 600 trabalhadores.
Esses casos refletem a pressão generalizada do mercado, afetado pelo alto custo de vida, queda no consumo e migração de compras para canais digitais.
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Como o contexto econômico está influenciando esses fechamentos?
Mesmo com sinais positivos recentes, como a redução de inadimplência B2B e cortes de impostos, os efeitos ainda são lentos para varejistas. A alta inflação pós-Covid gerou custos fixos elevados que continuam pesando nos resultados.
Segundo o CreditorWatch, embora os dados de maio tragam otimismo, setores dependentes de consumo não essencial ainda enfrentam forte instabilidade financeira.
Quais são os sinais de alívio para o setor varejista?
O relatório do CreditorWatch apontou queda nas insolvências e inadimplências em maio, indicando que estímulos fiscais e cortes de juros começam a aliviar a pressão. A desaceleração da inflação também contribui para um cenário menos turbulento.
Curiosidade: Desde os cortes de impostos de julho de 2024, algumas redes varejistas online mostraram sinais de recuperação mais rápida, apontando uma possível mudança estrutural nos hábitos de consumo australiano.