O omeprazol é um inibidor da bomba de prótons que reduz o ácido gástrico no estômago — ácido essencial para absorver a vitamina B12. O uso contínuo pode diminuir essa absorção e levar à deficiência do nutriente, fundamental para funções neurológicas e produção de glóbulos vermelhos.
Essa carência pode gerar sintomas como fadiga, formigamento, perda de memória e até demência, especialmente em idosos. Segundo o NIH, pacientes que usam IBPs por mais de dois anos têm risco aumentado de deficiência de B12.
O uso prolongado de omeprazol pode causar demência?
Estudos indicam uma possível ligação entre o uso contínuo de omeprazol e demência, especialmente em pessoas idosas. O principal mecanismo envolvido é a deficiência de B12, que afeta a função cognitiva, além da alteração da microbiota intestinal, influenciada pelo desequilíbrio do pH estomacal.
A EMA e outras instituições recomendam cautela no uso crônico, principalmente em pacientes com histórico familiar de doenças neurodegenerativas.
Omeprazol pode prejudicar ossos e rins?
Sim. A redução do ácido gástrico prejudica a absorção de cálcio, essencial para os ossos, aumentando o risco de fraturas em quadril, punho e coluna. O FDA recomenda acompanhamento médico em tratamentos prolongados.
Além disso, o omeprazol está associado a lesões renais como nefrite intersticial aguda e maior risco de doença renal crônica, especialmente em pacientes idosos ou com comorbidades.
O medicamento afeta a flora intestinal?
Segundo o Dr. Carlos Maurício, sim. O omeprazol altera o ambiente ácido do estômago, favorecendo a proliferação de bactérias resistentes. Isso impacta a microbiota intestinal e pode causar sintomas como inchaço, gases, diarreia e até infecções graves como Clostridium difficile.

A American Gastroenterological Association reforça o papel dos IBPs na redução da diversidade bacteriana intestinal e seu impacto na imunidade e absorção de nutrientes.
Quando o uso de omeprazol é realmente necessário?
O omeprazol é indicado para refluxo, gastrite, úlceras gástricas e como prevenção em quem usa anti-inflamatórios crônicos. Contudo, seu uso prolongado sem reavaliação médica não é recomendado.
Dr. Carlos orienta que o acompanhamento médico é essencial. Mudanças alimentares, controle de peso e medidas como elevar a cabeceira da cama também devem ser considerados como alternativas ou complementos ao tratamento.
O uso contínuo de omeprazol exige acompanhamento médico
Embora eficaz, o omeprazol deve ser utilizado com responsabilidade. Deficiências nutricionais, riscos neurológicos, danos ósseos, renais e intestinais são possíveis efeitos colaterais do uso prolongado.
Fontes oficiais utilizadas neste artigo
- Ministério da Saúde: www.gov.br/saude
- NIH – National Institutes of Health: www.nih.gov
- FDA – Food and Drug Administration: www.fda.gov
- European Medicines Agency – EMA: www.ema.europa.eu
- American Gastroenterological Association: www.gastro.org
O omeprazol, como qualquer medicamento, não é vilão, mas seu uso prolongado e sem acompanhamento pode trazer riscos importantes à saúde. Se você ou alguém da sua família faz uso contínuo, procure orientação médica para reavaliar a real necessidade. Cuidar da sua saúde começa por entender o impacto do que você consome todos os dias.