Entre as inúmeras espécies que habitam o planeta, a busca pelo animal mais antigo vivo na Terra revela um cenário repleto de curiosidades e descobertas surpreendentes. O conceito de “mais antigo” pode variar conforme o critério utilizado: seja a longevidade de um indivíduo específico ou a ancestralidade de uma linhagem que persiste há milhões de anos. Essa distinção é fundamental para compreender a complexidade do tema e valorizar a diversidade biológica existente.
Ao analisar a longevidade animal, alguns seres se destacam por desafiar o tempo e ultrapassar séculos de existência. Enquanto isso, outros organismos impressionam por manter linhagens praticamente inalteradas desde eras remotas, resistindo a mudanças ambientais e catástrofes naturais. A seguir, são explorados exemplos emblemáticos que ilustram diferentes formas de antiguidade no reino animal.
Qual é o animal mais antigo do mundo em termos de idade individual?
Quando se trata do animal mais velho em idade individual, a tartaruga-gigante-das-Seychelles, conhecida como Jonathan, ocupa uma posição de destaque. Este réptil, que vive na ilha de Santa Helena, atingiu a marca de 192 anos em 2025, tornando-se um símbolo de longevidade entre os vertebrados terrestres. Tartarugas-gigantes, de modo geral, são conhecidas por sua expectativa de vida elevada, mas Jonathan se destaca por ser o animal terrestre mais longevo já registrado.
Além das tartarugas, outros exemplos notáveis incluem moluscos como a amêijoa islandesa, cujo exemplar mais antigo, chamado Ming, viveu por cerca de 507 anos. Outro caso interessante é o do tubarão-da-Groenlândia, que pode viver mais de 400 anos, tornando-se o vertebrado com maior longevidade conhecida. Essas espécies demonstram como fatores ambientais e adaptações fisiológicas podem influenciar diretamente a longevidade animal. Outros animais, como algumas baleias-da-Groenlândia, também chamam atenção por sua longevidade extrema, chegando a viver mais de 200 anos.

Espécies com linhagens ancestrais: quem são os verdadeiros veteranos da Terra?
Ao considerar a antiguidade sob o ponto de vista evolutivo, algumas espécies se destacam por sua linhagem quase inalterada ao longo de milhões de anos. As esponjas-de-vidro, por exemplo, são consideradas fósseis vivos, com registros de existência que remontam a mais de 500 milhões de anos. Essas criaturas marinhas, pertencentes ao grupo dos poríferos, mantêm características primitivas e desempenham papel fundamental nos ecossistemas oceânicos.
Outros representantes de linhagens antigas incluem:
- Horseshoe crab (caranguejo-ferradura): com mais de 450 milhões de anos de história evolutiva.
- Celacanto: peixe considerado extinto até sua redescoberta em 1938, com linhagem de aproximadamente 400 milhões de anos.
- Tuatara: réptil da Nova Zelândia, único sobrevivente de uma ordem que surgiu há cerca de 200 milhões de anos.
Esses exemplos ilustram como algumas espécies conseguiram atravessar eras geológicas, resistindo a extinções em massa e transformações ambientais profundas. Mais recentemente, estudos genéticos têm revelado que grupos como os esturjões e os ciclostomados (lampreias e mixinas) também mantêm linhagens extremamente antigas, datando do período do Paleozoico.
Animais imortais existem? O que a ciência diz sobre a longevidade extrema?
O conceito de imortalidade biológica desperta grande interesse entre pesquisadores. Algumas espécies, como a água-viva Turritopsis dohrnii, desafiam o envelhecimento ao reverter seu ciclo de vida para um estágio juvenil, escapando da morte por velhice. Embora esses organismos não sejam “imortais” no sentido absoluto, pois ainda podem sucumbir a doenças ou predadores, sua capacidade de regeneração impressiona e levanta questionamentos sobre os limites da vida animal.
Além das águas-vivas, as hidras também apresentam potencial de renovação celular contínua, evitando o envelhecimento convencional. No entanto, a imortalidade verdadeira ainda é um conceito teórico, pois nenhum animal é absolutamente imune a fatores externos letais. A longevidade desses seres está mais relacionada à ausência de senescência do que a uma idade cronológica elevada. Por isso, a ciência ainda investiga os mecanismos que permitem tais fenômenos e suas possíveis aplicações em outras áreas do conhecimento.
Quais fatores contribuem para a longevidade dos animais mais antigos?
Diversos elementos influenciam a expectativa de vida dos animais mais antigos do planeta. Entre os principais fatores, destacam-se:
- Metabolismo lento: espécies com metabolismo reduzido tendem a envelhecer mais devagar, como ocorre com tartarugas e tubarões-da-Groenlândia.
- Ambientes estáveis: animais que vivem em locais de poucas variações ambientais, como as profundezas oceânicas, enfrentam menos ameaças externas.
- Estratégias de defesa: carapaças resistentes, toxinas e hábitos reclusos contribuem para a sobrevivência prolongada.
- Baixa taxa de reprodução: algumas espécies investem mais em longevidade do que em reprodução rápida, equilibrando sua presença nos ecossistemas.
Essas características ajudam a explicar por que certos animais conseguem alcançar idades tão avançadas ou manter linhagens por milhões de anos. Estudos recentes apontam ainda que fatores genéticos ligados à estabilidade do DNA e mecanismos eficientes de reparo celular são determinantes para o aumento da expectativa de vida animal.
O estudo sobre o animal mais antigo vivo na Terra amplia o entendimento sobre a evolução, a adaptação e a resiliência das espécies. Seja pela idade impressionante de indivíduos como Jonathan, pela ancestralidade de linhagens como as esponjas-de-vidro ou pelos enigmas da imortalidade biológica, o tema evidencia a complexidade e a riqueza da vida animal, incentivando novas pesquisas e reflexões sobre a história natural do planeta.