O consumo de café faz parte do cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo especialmente popular no Brasil. Nos últimos anos, diversas pesquisas têm buscado entender os efeitos dessa bebida sobre a saúde, com destaque para estudos que analisam seu impacto no envelhecimento, especialmente entre as mulheres. A relação entre o café e o bem-estar tem despertado interesse tanto da comunidade científica quanto do público em geral.
Em 2025, novos dados apontam para possíveis benefícios do café no processo de envelhecimento saudável. O interesse por hábitos que promovam longevidade e qualidade de vida cresce a cada ano, e a bebida, rica em compostos bioativos, aparece frequentemente no centro dessas discussões. Mas, afinal, tomar café faz bem para a saúde? E quais seriam os segredos revelados por estudos recentes?
O que dizem as pesquisas sobre o café e a saúde?
Estudos realizados ao longo da última década sugerem que o consumo moderado de café pode estar associado a uma série de efeitos positivos para o organismo. Entre os principais componentes do café estão a cafeína, antioxidantes e polifenóis, substâncias que desempenham papéis importantes na proteção celular e no combate aos radicais livres. Pesquisas indicam que essas propriedades podem contribuir para a redução do risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Entre os trabalhos de destaque, um artigo publicado no New England Journal of Medicine em 2012 (“Association of Coffee Drinking with Total and Cause-Specific Mortality” – Freedman et al.) demonstrou associação entre o consumo de café e redução do risco de mortalidade por diversas causas. Outro exemplo é um estudo de revisão sistemática publicado em 2017 no British Medical Journal (“Coffee consumption and health: umbrella review of meta-analyses of multiple health outcomes” – Poole et al.), que analisou diversas metanálises e concluiu que o consumo moderado de café é mais benéfico do que prejudicial para a maioria da população.
Além disso, o café pode influenciar positivamente o metabolismo, melhorar a disposição e até favorecer a função cognitiva. No entanto, especialistas ressaltam que os benefícios estão ligados ao consumo equilibrado, geralmente de duas a quatro xícaras por dia, e que exageros podem trazer efeitos adversos, como insônia ou aumento da pressão arterial.

Tomar café faz bem para o envelhecimento saudável em mulheres?
Uma das perguntas mais frequentes é se o café realmente contribui para um envelhecimento mais saudável, especialmente entre as mulheres. Pesquisas recentes, publicadas em 2024, analisaram grupos de mulheres acima de 50 anos e observaram que aquelas que consumiam café regularmente apresentavam melhor desempenho em testes de memória, além de menor incidência de doenças neurodegenerativas.
- Redução do risco de doenças: O café mostrou-se associado à diminuição de casos de Alzheimer e Parkinson em mulheres. Um estudo notável nesse campo foi publicado em 2021 no periódico Journal of the American Medical Association (JAMA) Network Open (“Prospective Association of Coffee and Tea Intake With Risk of Dementia and Stroke” – Yuan Zhang et al.), que apontou menor risco de desenvolvimento dessas doenças em consumidores regulares de café.
- Melhora da saúde cardiovascular: O consumo moderado foi relacionado a menores taxas de hipertensão e doenças do coração. Uma meta-análise publicada no Circulation em 2017 (“Coffee Consumption and Risk of Cardiovascular Diseases and All-Cause Mortality: Dose-Response Meta-Analysis of Prospective Cohort Studies” – Kim et al.) reforçou essa associação.
- Impacto positivo no metabolismo: Mulheres que bebem café tendem a apresentar menor risco de diabetes tipo 2, conforme indicado por estudo publicado no JAMA Internal Medicine em 2014 (“Changes in Coffee Intake and Subsequent Risk of Type 2 Diabetes: Three Large Cohorts of US Men and Women” – Pan et al.).
Esses resultados sugerem que a bebida pode ser uma aliada no processo de envelhecimento, desde que inserida em um estilo de vida equilibrado, com alimentação saudável e prática regular de atividades físicas.
Quais cuidados devem ser considerados ao consumir café?
Apesar dos potenciais benefícios, é importante considerar alguns cuidados ao incluir o café na rotina. O excesso de cafeína pode provocar efeitos indesejados, como ansiedade, insônia e palpitações. Mulheres grávidas, lactantes ou pessoas com condições de saúde específicas devem consultar um profissional antes de aumentar o consumo.
Atenção especial para gestantes: Mulheres grávidas devem limitar o consumo de café a menos de 200 mg de cafeína por dia, pois altas doses de cafeína durante a gravidez podem aumentar o risco de aborto espontâneo e baixo peso ao nascer. Caso haja dúvidas ou necessidades específicas, converse com um profissional de saúde. Essa orientação é destacada em publicações da Organização Mundial da Saúde e em estudos como o do American Journal of Obstetrics & Gynecology (“Caffeine consumption during pregnancy and risk of low birth weight: a dose–response meta-analysis of observational studies” – Chen et al., 2014).
- Evitar adoçar excessivamente o café, pois o açúcar pode anular parte dos benefícios.
- Dar preferência ao café filtrado, que retém algumas substâncias que podem elevar o colesterol.
- Observar a tolerância individual, já que a sensibilidade à cafeína varia de pessoa para pessoa.
Além disso, é fundamental lembrar que o café não substitui hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, sono adequado e prática de exercícios. O consumo consciente e moderado é a chave para aproveitar os possíveis efeitos positivos da bebida.
Como incluir o café de forma saudável no dia a dia?
Para quem deseja incorporar o café à rotina de maneira benéfica, algumas estratégias podem ser úteis. Optar por versões sem açúcar, evitar misturas com cremes industrializados e consumir a bebida em horários que não prejudiquem o sono são atitudes recomendadas. O café pode ser apreciado puro, acompanhado de frutas ou como parte de um café da manhã equilibrado.
O café, quando consumido com moderação, pode integrar um estilo de vida saudável e contribuir para o bem-estar ao longo dos anos. Novas pesquisas continuam a explorar os mecanismos por trás desses efeitos, mas já se sabe que a bebida, apreciada há séculos, pode ter um papel relevante na promoção da saúde, especialmente entre as mulheres que buscam envelhecer com qualidade.