Nos últimos anos, as taxas de bagagem despachada se tornaram uma fonte significativa de receita para as companhias aéreas. Em 2024, apenas nos Estados Unidos, essas taxas geraram um faturamento de US$ 7,2 bilhões. A introdução dessas cobranças tem gerado descontentamento entre passageiros e políticos, especialmente à medida que mais companhias adotam essa prática.
Com o aumento das taxas, muitos passageiros estão optando por viajar apenas com bagagem de mão, o que tem impulsionado as vendas de malas pequenas. Essa tendência reflete a busca por economia e praticidade, uma vez que as cobranças adicionais podem tornar as viagens significativamente mais caras.
Por que as companhias aéreas cobram taxas de bagagem?
A prática de cobrar por bagagem despachada começou com as companhias aéreas de baixo custo, que buscavam oferecer tarifas mais baixas e cobrar por serviços adicionais. A FlyBe, uma companhia britânica, foi pioneira nesse modelo em 2006. Desde então, até mesmo as companhias aéreas tradicionais adotaram essa estratégia, especialmente em voos de curta duração, para competir com as empresas de baixo custo.
O aumento das taxas extras, que incluem desde bagagens até escolha de assentos e acesso a Wi-Fi, contribui significativamente para a receita das companhias aéreas. Em 2025, estima-se que essas taxas representem 14% da receita total do setor, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo.
Como os passageiros estão reagindo às taxas de bagagem?
O descontentamento com as taxas de bagagem é evidente entre os passageiros. Muitos, como Lauren Alexander, optam por viajar apenas com uma mochila para evitar custos adicionais. A crescente demanda por malas que atendam aos limites de tamanho das cabines reflete essa tendência. A fabricante britânica de malas Antler, por exemplo, relatou um aumento significativo nas vendas de malas pequenas.
Nas redes sociais, influenciadores como Chelsea Dickenson têm compartilhado dicas sobre como maximizar o espaço em malas de mão e escolher modelos que se encaixem nas exigências das companhias aéreas. Esses conteúdos têm ganhado popularidade, mostrando que os passageiros estão cada vez mais atentos às estratégias para evitar taxas.

As taxas de bagagem de mão são justas?
Além das taxas para bagagem despachada, algumas companhias aéreas começaram a cobrar por malas de mão. A Ryanair, por exemplo, permite apenas uma bagagem pequena gratuita que caiba sob o assento. Outras companhias europeias, como Easyjet e Wizzair, adotaram políticas semelhantes, o que tem gerado críticas de grupos de defesa do consumidor.
A Organização do Consumidor Europeu apresentou uma reclamação à Comissão Europeia, citando uma decisão da Corte Europeia que afirma que o transporte de bagagem de mão não deve ter custo adicional, desde que atenda a requisitos razoáveis. No entanto, a definição desses requisitos ainda é uma questão em aberto.
Existem alternativas às taxas de bagagem?
Enquanto muitas companhias aéreas continuam a cobrar por bagagem, algumas, como a IndiGo da Índia, optam por não adotar essa prática. O CEO da IndiGo, Pieter Eibers, afirma que a companhia prefere evitar filas longas e discussões nos portões de embarque, preparando seus aviões rapidamente sem cobrar pelas malas despachadas.
Essa abordagem destaca que existem diferentes modelos de negócios no setor aéreo, e que a experiência do passageiro pode ser priorizada de maneiras diversas. A decisão de cobrar ou não por bagagem continua a ser uma escolha estratégica para cada companhia aérea, influenciada por suas metas de receita e posicionamento no mercado.
Quais as implicações para o futuro do setor aéreo?
Com o aumento da pressão para reduzir custos e otimizar receitas, as companhias aéreas continuam a explorar novas formas de cobrança. Essa tendência pode levar a um aumento nas inovações digitais para facilitar o processo de check-in e embarque, melhorando a experiência do passageiro enquanto ainda geram receita para as companhias. Empresas que priorizam tecnologias e serviços diferenciados podem se destacar neste cenário competitivo.