A maçã é reconhecida mundialmente como um alimento saudável, rica em fibras, pectina e antioxidantes. No entanto, segundo a Dra. Priscila Antunes (CRM 109981-7), médica com atuação em saúde integrativa e pioneira na medicina de St. Hildegard no Brasil, a forma como essa fruta é consumida pode revelar muito sobre a saúde intestinal de quem a ingere.
Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram (@drapriantunes), a médica afirma que sentir fome logo após comer uma maçã crua pode ser um sinal de alerta para desequilíbrios no trato gastrointestinal, como a síndrome fúngica. Segundo ela, o problema não está na maçã, mas no terreno onde ela é recebida: um intestino desregulado e colonizado por fungos.
Por que sentir fome após comer maçã pode ser um sinal de alerta?
Segundo a Dra. Priscila, quando uma pessoa consome uma maçã crua e sente mais fome logo depois, isso pode indicar uma desordem digestiva, especialmente relacionada à presença excessiva de fungos no intestino. Essa reação é comum em quadros de síndrome fúngica, condição caracterizada pela proliferação de leveduras como a Candida albicans.
Nesses casos, a flora intestinal está em desequilíbrio, dificultando a digestão adequada de fibras e provocando reações paradoxais — como mais fome após consumir um alimento que, teoricamente, deveria saciar. A maçã, ao ser fermentada no intestino disfuncional, pode alimentar os próprios fungos, aumentando os sintomas.
O que é a síndrome fúngica e como ela se manifesta?
A síndrome fúngica ocorre quando há crescimento excessivo de fungos no trato digestivo, ultrapassando a capacidade do sistema imunológico de manter o equilíbrio da microbiota. De acordo com a médica, esse quadro pode extravasar para outras áreas do corpo, causando sintomas como:
- Micose de repetição
- Coceira no ouvido ou no couro cabeludo
- Candidíase recorrente
- Fadiga sem explicação
- Irritação intestinal e estufamento
É importante destacar que a presença de alguns fungos é natural no organismo, mas o desequilíbrio é que gera sintomas e inflamações. Nesses casos, uma simples maçã crua pode funcionar como um “termômetro” da saúde digestiva.
A maçã cozida com canela pode ajudar?
Sim, e essa é uma das orientações mais práticas da Dra. Priscila. Segundo ela, ao cozinhar a maçã com canela, ocorre uma transformação funcional: a fibra é mais bem assimilada e a canela — rica em compostos anti-inflamatórios e antifúngicos — contribui para reequilibrar a flora intestinal.
A maçã cozida com canela é indicada como um recurso terapêutico suave para pacientes com disbiose ou desequilíbrio fúngico. O aquecimento da fruta torna suas fibras mais digeríveis, além de reduzir a fermentação intestinal em pessoas com sensibilidade digestiva.

Existe relação entre intestino, imunidade e fungos?
Sim. O intestino é considerado o centro imunológico do corpo humano, e cerca de 70% das células de defesa estão concentradas ali. Quando há disbiose intestinal — um desequilíbrio entre bactérias benéficas e organismos patogênicos — o sistema imune se desregula, abrindo espaço para infecções oportunistas e inflamações crônicas.
A Dra. Priscila destaca que quadros de infecções fúngicas recorrentes geralmente têm origem em um intestino inflamado. Portanto, antes de tratar apenas os sintomas externos (como candidíase ou micose), é essencial olhar para o sistema digestivo e entender o que está alimentando esses desequilíbrios.
Como saber se você tem disbiose ou síndrome fúngica?
Alguns sinais frequentes são:
- Fome excessiva por doces ou carboidratos refinados
- Sintomas digestivos após refeições leves
- Cansaço persistente
- Infecções fúngicas recorrentes
- Distúrbios hormonais ou alterações de humor
Embora esses sintomas não sejam diagnósticos por si só, eles indicam a necessidade de investigação médica. Exames de fezes específicos e testes de microbiota podem ajudar a identificar desequilíbrios mais profundos.
Fontes confiáveis e diretrizes de apoio
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/pt
- Sociedade Brasileira de Gastroenterologia: https://www.sbg.org.br
- National Institutes of Health (NIH): https://www.nih.gov
Essas instituições oferecem orientações baseadas em evidência sobre saúde intestinal, disbiose, microbiota e estratégias de alimentação funcional.
Comer maçã faz bem — mas o seu intestino precisa estar pronto
Para a Dra. Priscila Antunes, o problema não está na maçã, mas na forma como o corpo a processa. Se um alimento saudável desencadeia desconforto, é sinal de que há algo mais profundo a ser tratado. A chave está em observar os sinais do corpo e ajustar a alimentação de forma estratégica, respeitando o momento do organismo.
Com pequenas mudanças, como preferir a maçã cozida com canela ao invés da versão crua em momentos de desequilíbrio, é possível transformar um sintoma em parte do tratamento. Afinal, como reforça a médica, “respirar bem, digerir bem e viver com equilíbrio começa pelo intestino”.