Você já teve aquela sensação de que não consegue resistir a um doce, mesmo sem fome? A psicóloga Helena Jucá, criadora de conteúdo digital e especialista em saúde mental, alerta que o problema pode ser bem diferente do que você imagina: não é o açúcar em si, mas o vício em recompensas rápidas — a chamada “dopamina barata”.
Em um vídeo publicado em seu perfil @helenajpsi, Helena propõe uma reflexão profunda sobre como a nossa relação com comida, autoestima e ansiedade revela muito sobre nossos mecanismos emocionais e padrões inconscientes. O recado é claro: não basta olhar para os sintomas, é preciso entender a raiz.
O que é dopamina barata e como ela te sabota?
A dopamina é um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e recompensa. Sempre que comemos um doce, recebemos uma descarga rápida dessa substância. Segundo Helena, é essa busca imediata pelo alívio emocional que nos torna dependentes de alimentos ultraprocessados e açúcar — não a fome em si.
Esse padrão é comum em quem busca constantemente gratificações instantâneas, seja com comida, redes sociais ou até relacionamentos. É como um alívio momentâneo que serve para evitar lidar com desconfortos mais profundos, como a ansiedade ou a baixa autoestima.
Por que a autoestima tem mais a ver com ação do que com aparência?
Helena desconstrói a ideia de que autoestima está ligada à aparência. Para ela, autoestima não é se sentir bonita, mas sim acreditar no próprio potencial de crescimento. Pessoas que se sabotam, procrastinam ou vivem presas a padrões externos tendem a nutrir uma visão frágil de si mesmas.
Construir autoestima passa por ações pequenas, mas consistentes, como estabelecer limites, respeitar o próprio corpo, e escolher aquilo que alimenta saúde física e emocional, mesmo que não traga alívio imediato. E isso vale desde hábitos alimentares até decisões em relacionamentos.
O que os pais têm a ver com nossos padrões emocionais?
É verdade que muitos dos nossos comportamentos são reflexos do que vivemos na infância. Mas, como Helena pontua, a responsabilidade por mudar é nossa. Os traumas podem ser reais, mas permanecer no mesmo lugar, repetir padrões e não buscar transformação também é uma escolha — consciente ou inconsciente.
Olhar para dentro, assumir responsabilidade e fazer diferente é um passo importante para romper com ciclos de autossabotagem.
Ansiedade se trata só com terapia ou pensamento positivo?
Segundo Helena Jucá, a ansiedade precisa ser tratada da cabeça para baixo também. Muitos acreditam que resolver a ansiedade se resume a mudar os pensamentos, mas esquecem que o corpo também comunica. Insônia, taquicardia, sudorese, compulsões e tensão muscular são sinais de que o sistema nervoso está sobrecarregado.
Alimentação, movimento, respiração e rotina também são pilares do cuidado emocional. É por isso que Helena defende um olhar mais integral: a ansiedade mora no corpo tanto quanto na mente.
Alimentação e saúde emocional estão mais conectadas do que você imagina?
Sim. E Helena deixa isso claro: não existe saúde emocional de verdade com uma alimentação ruim. Os neurotransmissores que regulam o humor, como a serotonina e a dopamina, dependem de nutrientes essenciais presentes nos alimentos.

Deficiências nutricionais podem afetar diretamente o equilíbrio emocional. E não se trata de “modinha” ou estética, mas de biologia pura. Por isso, cuidar da alimentação é também cuidar da sua saúde mental.
Quais são os sinais de que você está se sabotando?
- Comer por impulso, mesmo sem fome
- Se sentir incapaz de manter hábitos saudáveis
- Depender de recompensas rápidas para sentir alívio
- Ter dificuldade de encerrar relações tóxicas
- Se culpar por não “dar conta” da própria vida
- Sentir que vive no 8 ou 80, sem equilíbrio
Esses são indícios de que sua autoestima e seus neurotransmissores podem estar desregulados, exigindo mais do seu corpo e da sua mente do que eles conseguem oferecer sozinhos.
Como começar a mudança?
Helena Jucá ensina que não existe mudança verdadeira sem autoconhecimento. Por isso, ela incentiva seus seguidores a buscar ajuda psicológica, cuidar da alimentação, regular o sono e, acima de tudo, sair do modo automático.
A vida plena não está nos extremos, mas no caminho do meio — o único que é sustentável. A mudança começa quando você decide não se abandonar mais.