A partir de 2026, a Receita Federal intensifica a fiscalização de aluguéis com cruzamento automático de dados. Sistemas integrados passam a presumir renda, aplicar multas de até 150%, cobrar retroativos e ampliar riscos para quem não declara.
A partir de 2026, a fiscalização de aluguéis pela Receita Federal entrará em uma nova fase. Com sistemas integrados e análise automática de dados, o fisco passará a identificar locações informais sem depender de denúncias, ampliando o risco para proprietários que não declaram renda.
Por que a fiscalização de aluguéis vai mudar a partir de 2026?
A mudança ocorre com a consolidação de uma fiscalização preditiva, baseada em tecnologia e cruzamento massivo de dados. O objetivo é eliminar contratos verbais e acordos informais, permitindo que a Receita identifique rendimentos de aluguel sem aguardar declarações voluntárias.
Esse novo modelo representa uma inversão prática do controle fiscal. Em vez de reagir a inconsistências, o sistema passará a apontar indícios automáticos de renda imobiliária, ampliando o alcance da malha fina do Imposto de Renda sobre pessoas físicas.
Confira a seguir o vídeo compartilhado pelo canal do YouTube Ls Advogados falando sobre as novas mudanças do Imposto de Renda para locatários.
Quais sistemas permitem identificar aluguéis informais?
A base da nova fiscalização está na integração de plataformas que concentram dados patrimoniais e territoriais. Esses sistemas funcionam de forma coordenada e tornam praticamente inviável ocultar a posse e o uso econômico de imóveis, como ocorre nos mecanismos listados a seguir.
- CIB Cadastro Imobiliário Brasileiro: cria uma identidade única para cada imóvel, funcionando como um CPF patrimonial.
- SINTER: conecta cartórios, IPTU, Justiça e órgãos públicos em um mapa patrimonial em tempo real.
Leia mais: A Receita Federal confirmou que essas pessoas não precisarão declarar imposto de renda em 2026
Como funciona a presunção de renda na nova fiscalização?
Com os sistemas integrados, basta que um terceiro declare um endereço como residência ou domicílio fiscal para acionar alertas. Se o proprietário não informar o aluguel, a Receita passa a presumir a existência de renda automaticamente.
Nesse cenário, ocorre a inversão do ônus da prova. Caberá ao dono do imóvel demonstrar que não há recebimento financeiro, sob risco de autuação, juros e multas, ampliando o impacto da fiscalização de aluguéis informais no país.

Quais são as multas e riscos para quem não declarar aluguel?
A omissão de rendimentos imobiliários pode gerar penalidades severas. Além da cobrança retroativa, há sanções financeiras e até riscos penais, o que tem levado proprietários a reavaliar estratégias, conforme os principais pontos a seguir.
- Multas elevadas: 75% do imposto devido, podendo chegar a 150% em casos de fraude.
- Cobrança retroativa: imposto dos últimos cinco anos acrescido de juros pela taxa Selic.
- Risco criminal: possibilidade de processo por sonegação, conforme a Lei 8.137.
Como proprietários estão se adaptando ao novo cenário?
Diante da tributação que pode chegar a 27,5% para pessoa física, muitos investidores avaliam reorganizar seus imóveis. A formalização via pessoa jurídica surge como alternativa para reduzir impostos e manter a rentabilidade dos aluguéis.
Outros optam por migrar recursos para fundos imobiliários e renda fixa, que oferecem maior previsibilidade tributária. Esse movimento pode impactar o mercado, influenciando a oferta de imóveis e pressionando valores de aluguel nos centros urbanos.




