Cidade litorânea do sul do RJ aprovou taxa de turismo para 2026 de até R$ 95, cobrada por até sete dias no continente e em Ilha Grande. A medida atinge visitantes e cruzeiros, gera críticas de moradores e pode encarecer o destino.
Uma cidade litorânea do sul do Rio de Janeiro aprovou a criação de uma taxa de turismo que pode chegar a R$ 95 a partir de 2026. A medida atinge visitantes do continente, Ilha Grande e cruzeiros, provocando críticas de moradores, hotéis e empresários do setor.
O que motivou a criação da nova taxa de turismo?
A chamada taxa de turismo sustentável foi aprovada em novembro de 2025 e prevê cobrança para visitantes que permaneçam até sete dias no município e em suas ilhas. O objetivo oficial é financiar preservação ambiental, infraestrutura e serviços ligados ao turismo.
A decisão colocou a cidade no centro do debate nacional sobre o custo de visitar destinos naturais. Ilha Grande, principal atrativo local, passou a concentrar as maiores críticas, por receber a tarifa mais elevada e já enfrentar pressão sobre serviços e meio ambiente.

Como funciona a cobrança e quais são os valores definidos?
A lei utiliza a UFIR-RJ como base de cálculo e estabelece valores distintos para o continente e a ilha. A cobrança também prevê acréscimo para estadias mais longas e regras específicas para quem muda de área durante a viagem, conforme os pontos a seguir.
- Taxa insular: 20 UFIR-RJ, equivalente a R$ 95 para até sete dias em Ilha Grande.
- Taxa continental: 10 UFIR-RJ, cerca de R$ 47,50 para o mesmo período.
- Estadia prolongada: acréscimo de 1 UFIR-RJ por dia após a primeira semana.
Quem paga a taxa e quem fica isento da cobrança?
Pelas regras aprovadas, moradores do município, tanto do continente quanto de Ilha Grande, não pagarão a taxa. A isenção também se estende a parentes até segundo grau previamente cadastrados no sistema digital do turismo.
Além disso, crianças até 12 anos e pessoas com mais de 60 anos ficam dispensadas do pagamento. Já os cruzeiros marítimos terão tratamento diferenciado, com possibilidade de descontos definidos posteriormente por decreto municipal.
Por que moradores e hotéis reagiram contra a medida?
Em Ilha Grande, a cobrança maior gerou forte resistência. Empresários alegam falta de diálogo e afirmam que a lei foi aprovada em regime de urgência, sem consultas amplas à comunidade e ao setor que depende diretamente do turismo.
Outro ponto criticado é a diferença de impacto entre pequenos negócios locais e grandes empreendimentos no continente. Para o setor, a taxa cria desequilíbrio concorrencial e pode afastar visitantes sensíveis ao preço final da viagem.

A taxa pode encarecer o destino e afetar cruzeiros?
O receio central é que a nova cobrança eleve demais o custo total da viagem, somando transporte, travessia, hospedagem e passeios. Esse cenário pode tornar o destino menos competitivo frente a outras praias sem tarifa semelhante.
- Turismo familiar: a taxa pode pesar no orçamento de famílias de renda intermediária.
- Ilha Grande: risco de queda na ocupação de pousadas menores.
- Cruzeiros: empresas avaliam impacto no tempo de permanência e nas escalas.
A prefeitura afirma que a arrecadação será usada para saneamento, preservação e segurança, citando exemplos como Fernando de Noronha e Jericoacoara. Ainda assim, moradores e empresários cobram transparência sobre o destino dos recursos e possíveis revisões antes da implantação definitiva.




