O fechamento definitivo de todas as lojas físicas da rede Joann, anunciado em 2025, chamou a atenção do mercado e de consumidores acostumados a encontrar ali materiais de artesanato, tecidos e itens de costura. A decisão encerra uma trajetória de quase oito décadas no varejo norte-americano, simboliza os desafios do varejo físico em um cenário cada vez mais digital e deixa um vácuo em um nicho com público fiel e altamente engajado.
O que aconteceu com a rede de artesanato Joann
A expressão “Joann fecha as portas” resume uma combinação de fatores acumulados ao longo dos últimos anos, como queda nas vendas em lojas físicas, concorrência online e custos operacionais elevados. A crise iniciada com a pandemia de Covid-19 apenas agravou um cenário que já era desafiador, pressionando o caixa e a capacidade de investimento da varejista.
O plano inicial previa o fechamento de parte das unidades e a continuidade da marca com uma rede menor, em um modelo mais enxuto. Porém, o leilão dos ativos para o GA Group mudou a estratégia, e análises de viabilidade indicaram que manter as operações físicas não seria sustentável, levando à decisão de liquidação total das lojas.
Por que o caso Joann virou símbolo da crise do varejo físico
A expressão “Joann fecha as portas” passou a ser citada em análises de mercado como exemplo da dificuldade de redes tradicionais em acompanhar mudanças de hábito do consumidor. Entre 2020 e 2025, houve forte aceleração do comércio eletrônico, popularização de marketplaces e fortalecimento de grandes players de desconto.

No caso da Joann, a dependência de tráfego espontâneo em shoppings e centros comerciais deixou a rede vulnerável durante as restrições sanitárias. Mesmo após a reabertura, parte do público migrou para compras online e alternativas com entrega rápida, enquanto a empresa lidava com altos custos de estoque, aluguel de grandes espaços e necessidade de atualização tecnológica.
Como foi organizada a liquidação das lojas Joann
O encerramento das operações aconteceu em etapas, com fechamento progressivo de unidades em diferentes estados norte-americanos. Antes do anúncio definitivo de que a Joann fecharia as portas, centenas de lojas já haviam sido desativadas como parte de uma estratégia de enxugamento e redução de custos fixos.
Na fase final, mais de 800 pontos de venda participaram de campanhas de liquidação com descontos que, em muitos casos, chegaram a 90% sobre o valor original. Além de reduzir estoques e gerar caixa em curto prazo, esse processo facilitou a devolução de imóveis locados e o encerramento organizado de contratos dentro do Capítulo 11.
Quais impactos o fim da Joann traz para o mercado de artesanato
O encerramento das lojas físicas da Joann cria um vácuo em um segmento que atende tanto profissionais quanto amadores. Em muitas regiões, a marca era o principal ponto de abastecimento para costureiras, artesãos e pequenos empreendedores que viviam da venda de produtos feitos à mão.
Diante dessa mudança, surgem novas formas de atendimento a esse público, combinando conveniência digital e experiências locais. Algumas tendências já são observadas no mercado norte-americano e ajudam a reorganizar o acesso a insumos e conhecimento:
- Crescimento de plataformas online dedicadas a artesanato e costura, com kits, cursos e entrega nacional.
- Ampliação do sortimento de itens de hobby e DIY em grandes redes de desconto e de departamentos.
- Fortalecimento de ateliês e pequenas lojas de bairro que unem venda de materiais, aulas e oficinas presenciais.
O que o caso Joann ensina sobre o futuro do varejo e do artesanato
Mesmo sem presença física, o nome Joann tende a permanecer como referência histórica de uma era em que grandes lojas de artesanato faziam parte da paisagem de muitas cidades norte-americanas. O desfecho da rede reforça que investir em canais digitais, entender hábitos de consumo e ajustar o tamanho da operação deixou de ser diferencial e passou a ser requisito básico de sobrevivência.
Para artesãos, costureiras, pequenos negócios e até grandes varejistas, o momento de reagir é agora: é essencial buscar novos fornecedores, fortalecer a presença online, apoiar lojas locais e construir comunidades ativas em torno do faça-você-mesmo. Se você atua nesse universo, não espere o próximo “Joann fecha as portas” para se adaptar — comece hoje a redesenhar sua estratégia e garantir seu espaço no futuro do mercado criativo.




