O mercado de pizza nos Estados Unidos se tornou um dos mais disputados da alimentação, com grandes redes brigando por espaço em diferentes regiões e faixas de preço. Entre essas marcas, a Papa Johns é uma das principais cadeias de pizzarias do país e, em 2025, passa por uma fase intensa de reorganização, enfrentando queda nas vendas comparáveis na América do Norte e uma mudança importante na forma de administrar seus restaurantes.
Como a Papa Johns está mudando seu modelo de negócios
Papa Johns, ajusta seu modelo de negócios com foco em refranquia e enxugamento da operação. Em vez de manter muitas unidades sob gestão direta, a companhia acelera a venda de restaurantes próprios para operadores independentes, buscando mais agilidade, menos custo fixo e donos de loja mais envolvidos no dia a dia.
Esse movimento segue a lógica de outras redes globais de fast-food, que atuam cada vez mais como gestoras de marca e menos como operadoras diretas. Assim, a Papa Johns tenta ser menos “dona de loja” e mais “dona da marca”, cuidando de marketing, cardápio, tecnologia, precificação e promoção, e deixando a operação do dia a dia para franqueados especializados e capitalizados.

Como a Papa Johns reorganiza sua rede com refranquia
A estratégia de refranquia da Papa Johns reduz a quantidade de restaurantes operados diretamente pela companhia e transfere essas unidades para franqueados. A meta é que a participação de lojas próprias na América do Norte fique em um nível de “dígito único médio”, aproximando a empresa do modelo das grandes redes globais de fast-food.
Essa reestruturação inclui também o fechamento de pontos considerados inviáveis, como as 28 lojas franqueadas encerradas na América do Norte até o fim de setembro de 2025. Ao mesmo tempo, a companhia prioriza franqueados com histórico comprovado de gestão, avaliando com cuidado onde vale a pena investir e onde é melhor recuar.
Quais desafios trabalhistas e operacionais afetam as redes franqueadas
O avanço do modelo de franquias na Papa Johns acontece enquanto crescem os debates sobre condições de trabalho no fast-food, cada vez mais observados por autoridades, sindicatos e organizações civis. Pesquisas indicam que redes franqueadas costumam registrar mais problemas trabalhistas do que unidades próprias, em parte pela pressão por redução de custos e metas agressivas de resultado.
Para lidar com isso, a Papa Johns busca um controle mais próximo e profissional da rede de franqueados, usando mais tecnologia para auditoria e monitoramento remoto. Em termos práticos, isso passa por ações estruturadas que tentam equilibrar eficiência, conformidade e proteção da marca:
- Definir padrões de operação e atendimento simples, claros e fáceis de aplicar, garantindo consistência mínima entre mercados.
- Monitorar o cumprimento de leis trabalhistas e normas de segurança em cada unidade, com dados em tempo real sempre que possível.
- Oferecer treinamentos frequentes para gestores e equipes, em formatos digitais e presenciais, com e-learning e certificações obrigatórias.
- Atuar rapidamente em casos de descumprimento para proteger marca, funcionários e clientes, inclusive substituindo franqueados quando necessário.
Como a Papa Johns busca crescimento lucrativo no mercado de pizza
No meio desse processo, a Papa Johns encara um ambiente de consumo difícil, com vendas comparáveis em queda na América do Norte e competição forte de rivais como Domino’s e Pizza Hut. A empresa precisa ajustar preços, promoções e formatos de loja, acompanhando o avanço do delivery, dos super apps e dos canais digitais próprios, sem comprometer margens.
Além da refranquia, a companhia investe em tecnologia, canais online e formatos mais enxutos, como lojas focadas em entrega e retirada rápida. Entre os pilares dessa estratégia estão a adoção antecipada de pedidos digitais, expansão internacional para 51 países e ajustes no portfólio de produtos, equilibrando clássicos globais com criações locais e edições limitadas para gerar tráfego.
Como os rumores de venda da Papa Johns impactam a percepção do mercado
Enquanto redefine seu modelo operacional, a Papa Johns também é alvo de rumores sobre possível venda para fundos de private equity, o que poderia levá-la a sair da bolsa pela primeira vez desde 1993. Uma mudança desse tipo tende a elevar a pressão por eficiência, corte de custos, revisão do portfólio de lojas e foco em resultado rápido.
Analistas alertam que esses boatos podem desviar o foco do essencial: a performance das lojas, a velocidade da refranquia e a recuperação das vendas na América do Norte. Para quem atua ou investe no setor de alimentação, o recado é direto: este não é o momento de esperar; é hora de revisar números, reposicionar a estratégia e definir hoje quais lojas, canais e parcerias vão sustentar o negócio nos próximos 24 meses.




