Por Dr. Baltazar Leão, Neurocirurgião.
A Neuralgia do Trigêmeo é uma condição neurológica caracterizada por dor facial intensa e súbita, classificada como um tipo de dor neuropática. Os episódios costumam ser descritos como choques elétricos, atingem geralmente apenas um lado do rosto e duram de segundos a poucos minutos. Embora possa ocorrer em qualquer idade, a neuralgia do trigêmeo é mais frequente após os 50 anos, afetando principalmente as mulheres. Trata-se de uma doença que pode causar grande sofrimento e impactar significativamente a qualidade de vida do paciente.
Como a neuralgia do trigêmeo se manifesta?
Os sintomas da neuralgia do trigêmeo podem se apresentar de duas formas principais: a forma clássica, marcada por crises breves e extremamente intensas de dor, e a forma atípica, caracterizada por dor mais contínua e de menor intensidade. Em ambas, atividades simples do dia a dia — como falar, mastigar, escovar os dentes ou sentir vento no rosto — podem desencadear as crises. As áreas mais afetadas costumam ser as regiões maxilar e mandibular, responsáveis pela sensibilidade da face.
O que causa a neuralgia do trigêmeo?
Na maioria dos casos, a neuralgia do trigêmeo está relacionada à compressão do nervo trigêmeo por um vaso sanguíneo, próximo à sua origem no cérebro. Em outras situações, a dor pode estar associada a doenças neurológicas, como a esclerose múltipla, ou a causas secundárias. Estudos mostram que uma parcela menor dos casos pode estar ligada à presença de tumores cerebrais benignos ou outras lesões que comprimem o nervo, reforçando a importância de uma avaliação especializada por neurocirurgião.

Como é feito o diagnóstico da neuralgia do trigêmeo?
O diagnóstico da neuralgia do trigêmeo é realizado principalmente a partir da avaliação clínica detalhada e da descrição dos sintomas relatados pelo paciente. As características da dor facial — intensidade, duração, localização e fatores desencadeantes — são fundamentais para o diagnóstico. Além da consulta com especialista, exames de imagem, como a ressonância magnética do crânio, são essenciais para identificar causas secundárias e definir a melhor estratégia de tratamento. Esses exames permitem detectar compressões vasculares do nervo trigêmeo, bem como excluir tumores ou outras lesões neurológicas.
Quais são as opções de tratamento para neuralgia do trigêmeo?
O tratamento da neuralgia do trigêmeo depende da gravidade dos sintomas e da causa da dor. A abordagem inicial geralmente envolve o uso de medicamentos anticonvulsivantes, como a carbamazepina e a oxcarbazepina, que atuam reduzindo a transmissão anormal dos impulsos nervosos. Quando o tratamento medicamentoso não proporciona alívio adequado ou provoca efeitos colaterais importantes, podem ser indicadas opções cirúrgicas, como a descompressão microvascular ou procedimentos percutâneos, que visam aliviar a pressão sobre o nervo trigêmeo.
Com um diagnóstico preciso e um plano terapêutico individualizado, muitos pacientes alcançam alívio significativo da dor e conseguem retomar suas atividades diárias. Embora seja uma condição desafiadora, a neuralgia do trigêmeo pode ser tratada de forma eficaz quando acompanhada por neurocirurgião experiente e equipe especializada.




