A legislação sobre a aposentadoria no Brasil tem passado por constantes mudanças ao longo dos anos, impactando diretamente a vida das mulheres trabalhadoras. Com a reforma da previdência, que entrou em vigor em novembro de 2019, foram introduzidas novas regras visando equilibrar as contas públicas e prolongar a sustentabilidade do sistema previdenciário.
Como ficou a idade mínima e o tempo de contribuição para aposentadoria das mulheres?

Antes da reforma, mulheres podiam se aposentar por idade aos 60 anos, com pelo menos 15 anos de contribuição. Agora, a idade mínima está sendo elevada gradualmente para 62 anos, a ser atingida em 2023, mantendo o tempo mínimo de contribuição em 15 anos.
O aumento progressivo da idade e as novas exigências buscaram maior equilíbrio fiscal, mas exigem que as mulheres fiquem atentas ao próprio histórico profissional para evitar surpresas ao se aproximar da aposentadoria.
O que mudou no cálculo do benefício e nos requisitos para o valor integral?
A reforma trouxe mudanças importantes no cálculo. O tempo mínimo de contribuição continua em 15 anos, mas para receber o benefício integral, agora são necessários 35 anos de contribuição.
O valor do benefício passou a ser calculado com base na média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994, não apenas nos 80% maiores. Isso normalmente resulta em um valor menor para muitas seguradas.
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Quais opções de transição existem para quem está perto de se aposentar?
Para mulheres próximas de se aposentar, foram criadas regras de transição, buscando suavizar o impacto das mudanças. A principal é o sistema de pontos, que soma idade e tempo de contribuição, exigindo 86 pontos em 2025 e aumentando um ponto por ano até 2033.
Além disso, há a transição baseada em tempo de contribuição e idade mínima, exigindo 57 anos em 2023, com aumento de seis meses ao ano. Veja abaixo pontos-chave dessas transições:
- A regra dos pontos facilita a aposentadoria gradual para quem já contribuiu por muitos anos.
- A transição por idade mínima beneficia quem se aproximava dos requisitos antigos, mas ainda não os atingiu em 2019.
- Ambas as opções permitem que a segurada avalie qual regra é mais vantajosa em seu caso específico.
Como as mulheres devem planejar a aposentadoria com as novas regras?

Planejar a aposentadoria exige atenção constante às novas normas e uma análise dos impactos das mudanças. Recomenda-se acompanhar periodicamente os extratos previdenciários e considerar aumentar o tempo de contribuição, quando possível, para otimizar o benefício.
Consultar um especialista nessa fase pode ser decisivo para interpretar as regras de transição. Avaliar possibilidades de investimentos em previdência privada também pode ajudar a compor uma renda melhor na aposentadoria.
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Quais impactos as mudanças na aposentadoria das mulheres trazem para a sociedade?
As alterações nas regras têm efeitos sociais, especialmente quanto à igualdade de gênero. Embora sejam necessárias para garantir a sustentabilidade do sistema, as novas exigências reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam condições equitativas para as mulheres trabalhadoras.
Além de ajustar as contribuições, é fundamental estimular a igualdade salarial e melhorias no ambiente de trabalho, assegurando que todas possam alcançar uma aposentadoria digna e segura.




