O complexo universo tributário brasileiro está prestes a passar por transformações significativas com a introdução de novos impostos, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Previstas para começar gradualmente em 2026, essas mudanças afetam diretamente proprietários e locatários de imóveis, exigindo atenção para uma adaptação segura e planejada às novas regras fiscais.
Atualmente, a tributação dos rendimentos de aluguel varia entre pessoas físicas, tributadas pelo IRPF de 15% a 27,5%, e pessoas jurídicas, que enfrentam uma carga composta de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS que resulta em média de 15%. No cenário da reforma, a aplicação do IBS e da CBS será direcionada principalmente aos que detêm mais de três imóveis alugados e faturamento superior a R$ 240 mil anuais.
Quais mudanças esperam os proprietários de imóveis?

Com a implementação do IBS e CBS, a tributação sobre aluguéis será amplamente modificada. Propriedades destinadas à locação poderão sofrer incidência tributária de até 27%, porém com um redutor de base aplicado para amenizar o impacto fiscal, resultando numa carga efetiva inferior.
Locações residenciais contarão com uma redução extra, com desconto de R$ 600 por mês na base de cálculo, tornando o impacto do imposto mais suave para esses casos. O objetivo é garantir um ambiente tributário mais justo para quem oferta moradia, preservando o incentivo ao investimento imobiliário.
Como as novas taxas impactarão as pessoas jurídicas?
Empresas que atualmente pagam PIS e COFINS sobre aluguéis notarão alterações importantes. Mesmo com alíquotas nominais mais altas, os benefícios na base de cálculo permitirão que a carga tributária efetiva seja mantida entre 8% a 10%, o que pode representar um ajuste leve ou moderado dependendo do regime atual.
Apesar disso, entidades imobiliárias devem se preparar para ajustar sua gestão fiscal e renegociar contratos caso necessário, visto que eventuais custos extras tenderão a ser repassados. O setor monitora debates e propostas para mitigar possíveis efeitos adversos, buscando segurança jurídica e previsibilidade.
Como os locatários serão afetados pelas novas diretrizes tributárias?
Locatários podem sentir aumento nos valores dos aluguéis, já que o novo sistema permite explícita inclusão dos impostos no preço final. Essa transparência possibilita que inquilinos saibam exatamente a composição do valor pago, mas também exige maior planejamento financeiro.
Além disso, os inquilinos devem acompanhar atentamente a implementação das mudanças tributárias até 2033, considerando possível reajuste progressivo nos contratos. O acompanhamento de informações oficiais se faz fundamental para evitar surpresas e manter o equilíbrio de seus compromissos residenciais.
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Quando tudo isso entra em vigor?
As novas regras tributárias começam a ser aplicadas de forma gradual a partir de 2026, alcançando implementação total em 2033. Esse período de transição permite que contribuintes e empresas se ajustem gradualmente à nova realidade fiscal.
Para proprietários, locatários e empresas, é vital acompanhar o processo, buscar orientações especializadas e reorganizar os planejamentos financeiros conforme o cronograma e detalhes regulamentares forem definidos. O diálogo com profissionais e sindicatos do segmento é recomendado para correta adaptação às reformas.




