As recentes chuvas no Sudeste do Brasil trouxeram uma floração expressiva às lavouras de café arábica, conforme reportado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Este fenômeno representa uma esperança para o aumento da produtividade na safra de 2026/27. Todavia, a instabilidade climática persiste: temperaturas elevadas e chuvas irregulares ameaçam o desenvolvimento das flores. Esse é um momento crítico, pois a falha na consolidação das floradas pode prejudicar o potencial produtivo da próxima temporada.
A imprevisibilidade do clima tem gerado apreensão entre os produtores de café, que já enfrentaram perdas em safras anteriores. Muitos adotam uma postura mais cautelosa e optam por retardar a comercialização do produto à espera de preços mais atrativos. Essa estratégia, motivada por um caixa financeiro equilibrado, reduz o volume de transações no mercado físico e sustenta as cotações, apesar das incertezas climáticas.
Como o clima impacta a produção de café arábica?

O sucesso da cultura do café arábica depende fortemente de condições climáticas adequadas. A fase de floração, crítica para o bom rendimento da safra, exige equilíbrio entre calor e umidade. Chuvas seguidas por períodos secos moderados são ideais para o desenvolvimento e a fixação das flores. No entanto, quando enfrentamos irregularidade nas chuvas combinada com períodos de calor extremo, o processo de fixação floral fica desestabilizado, levando à redução da safra.
Além disso, eventos como:
- Geadas
- Granizo
- Estiagens
afetam significativamente a saúde das plantas e a qualidade dos grãos de café arábica. Atualmente, produtores adotam práticas para mitigar esses efeitos, como:
- Monitoramento climático constante
- Irrigação controlada
- Utilização de variedades mais resistentes
Dessa forma, eles buscam fortalecer a produção diante das variações do clima.
Quais são os desafios enfrentados pelos produtores em 2025?
Em 2025, os produtores enfrentam consequências ainda maiores das mudanças climáticas e da variação anômala de temperatura e precipitações. A volatilidade do mercado internacional do café também pressiona os produtores, que precisam conciliar o manejo adequado das lavouras com estratégias comerciais para proteger suas margens de lucro. Para superar essas dificuldades, eles investem em:
- Planejamento de médio e longo prazo
- Capacitação técnica
- Adoção de inovações tecnológicas
- Busca por alternativas de crédito rural
- Contratação de seguros agrícolas
- Utilização de sistemas de previsão meteorológica
Diante desse cenário, muitos produtores encontram nas políticas de suporte e na participação em cooperativas rurais um apoio essencial para garantir sustentabilidade e adaptação.
Qual o impacto econômico do clima na cadeia de café?
A economia cafeeira brasileira é fortemente influenciada pelas condições climáticas. O pegamento inadequado das flores não apenas diminui a produção, mas também afeta a qualidade dos grãos, impactando diretamente:
- Os preços no mercado nacional e internacional
- A competitividade do produto brasileiro
- Os contratos de exportação
Quando enfrentamos essas adversidades, é comum observarmos ajustes nos custos de produção e no planejamento estratégico, enquanto os produtores buscam mitigar riscos por meio de infraestrutura e uma gestão eficiente de recursos. Além disso, eles investem em:
- Modernização das lavouras
- Ferramentas de análise de risco
- Redução de desperdícios
Outro fator importante é o efeito nas exportações, já que o Brasil lidera as exportações mundiais de café arábica. A redução da oferta pode elevar o preço global do produto, mas também comprometer contratos e parcerias internacionais. Por isso, toda a cadeia produtiva precisa adaptar-se constantemente.
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Quais são as expectativas para a colheita de 2026/27?
Com o cenário atual, as expectativas para a safra de 2026/27 permanecem cautelosas. A crucial “janela de 30 dias“, destacada por especialistas, determina o sucesso das floradas de café. Assim, monitoramos atentamente:
- As previsões climáticas;
- Os padrões de precipitação neste período;
- A evolução das práticas de manejo sustentável.
Se o clima não se regularizar, poderemos enfrentar outro ciclo de desafios, exigindo ajustes contínuos em tecnologia e nas práticas agrícolas. Apesar das incertezas, iniciativas como:
- Monitoramento climático detalhado
- Técnicas de manejo sustentável
- Participação ativa em programas de pesquisa e de extensão rural




