Estudo da Clínica Mayo mostrou que estresse financeiro crônico acelera o envelhecimento do coração e eleva em até 60% o risco de morte em dois anos, superando o impacto médio de um infarto, segundo análises com IA.
Um estudo da Clínica Mayo revelou que o estresse financeiro pode acelerar o envelhecimento do coração mais do que um ataque cardíaco. A pesquisa analisou centenas de milhares de exames e reforça que fatores sociais hoje pesam tanto quanto doenças clássicas.
Por que o estresse financeiro afeta tanto a saúde do coração?
Segundo o estudo publicado no periódico Mayo Clinic Proceedings, o coração reage não apenas a fatores biológicos, mas também à pressão constante das finanças pessoais. Dificuldades econômicas prolongadas geram estresse crônico, que acelera a deterioração cardiovascular.
A análise mostrou que a pressão para pagar contas básicas ativa respostas hormonais e inflamatórias contínuas. Esses processos prejudicam vasos sanguíneos e aumentam o risco de eventos graves, tornando o envelhecimento cardíaco mais rápido do que o esperado para a idade.

Como o estudo da Clínica Mayo avaliou esse impacto?
A pesquisa foi liderada pelo cardiologista Amir Lerman, da Clínica Mayo, e utilizou inteligência artificial para estimar a idade biológica do coração. O método analisou dados clínicos e sociais de adultos atendidos entre 2018 e 2023, conforme detalhado a seguir.
- Amostra analisada: 280.323 adultos de diferentes perfis sociais e idades.
- Exames avaliados: mais de 775 mil eletrocardiogramas processados por IA.
- Fatores sociais: finanças, alimentação, moradia, educação e relações sociais.
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O que os dados revelaram sobre risco de morte?
De acordo com a análise divulgada pelo StudyFinds, pessoas com dificuldades financeiras apresentaram aumento de até 60% no risco de morte em dois anos. Esse número superou, de forma expressiva, o risco adicional observado em pacientes que sofreram infarto.
Para comparação, o histórico de ataque cardíaco esteve associado a um aumento médio de 10% no risco de mortalidade. O resultado desafia a visão tradicional da cardiologia e indica que fatores sociais podem ser tão perigosos quanto doenças clínicas.

Quais fatores sociais mais prejudicam o coração?
Além das finanças, o estudo identificou outros elementos sociais com impacto direto na saúde cardiovascular. Esses fatores influenciam acesso a cuidados médicos, qualidade da alimentação e estabilidade emocional, como mostram os principais pontos a seguir.
- Insegurança alimentar: segundo fator social mais associado à deterioração cardíaca.
- Instabilidade habitacional: relacionada a aumento de 18% no risco de mortalidade.
- Desigualdade social: mais envelhecimento cardíaco em grupos socialmente vulneráveis.
Os autores destacam que identificar e tratar esses fatores pode ser tão eficaz quanto controlar colesterol e pressão arterial, reforçando que a saúde do coração começa muito além do consultório médico.




