Um motorista recebeu por engano R$ 131,8 milhões, devolveu no mesmo dia, mas teve a conta reclassificada como “VIP”, com tarifas maiores. Ele processa o banco por cobranças indevidas e pede indenização; o caso segue na Justiça.
Um motorista de 54 anos viu sua vida mudar ao receber, por engano, mais de R$ 131,8 milhões em sua conta. Mesmo devolvendo o valor imediatamente, ele acabou surpreendido por tarifas, cobranças inesperadas e uma disputa judicial contra o banco responsável pelo erro.
Como um depósito milionário caiu na conta do motorista?
Antônio Pereira do Nascimento, correntista do Bradesco há cerca de 25 anos, foi surpreendido ao abrir o aplicativo bancário e encontrar um saldo milionário. O valor não tinha qualquer relação com sua renda ou histórico financeiro, o que gerou desconfiança imediata.
Após identificar que se tratava de um erro bancário, o motorista procurou a instituição para regularizar a situação. A transferência equivocada havia sido feita pelo próprio banco, e Antônio autorizou a devolução total do montante no mesmo dia.

O que aconteceu após a devolução dos R$ 131,8 milhões?
Mesmo com a devolução imediata, a situação não se encerrou de forma simples. O depósito atípico provocou mudanças automáticas na conta do motorista, o que acabou gerando consequências financeiras inesperadas, como você vê a seguir.
- Reclassificação da conta: o banco alterou o perfil do correntista para categoria “VIP”.
- Aumento de tarifas: a mensalidade subiu de cerca de R$ 36 para aproximadamente R$ 70.
- Cobranças indevidas: taxas passaram a ser aplicadas mesmo após a devolução do valor.
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Por que o motorista decidiu levar o caso à Justiça?
Incomodado com as tarifas cobradas após o episódio, Antônio buscou amparo judicial. Ele afirma que não autorizou a mudança de categoria da conta e que arcou com prejuízos gerados por um erro que não cometeu.
A ação foi protocolada em julho de 2024 na 6ª Vara Cível de Palmas. No processo, o motorista pede cerca de R$ 13 milhões, equivalente a 10% do valor recebido, além de indenização por danos morais.

O que diz a lei sobre devolução de valores recebidos por engano?
O caso reacendeu debates jurídicos sobre responsabilidades em erros bancários. A legislação prevê a devolução obrigatória, mas também estabelece compensações em situações específicas, como indicam os pontos abaixo.
- Código Civil: o artigo 1.234 prevê recompensa mínima de 5% para quem devolve bem achado.
- Consentimento do cliente: mudanças de tarifa exigem autorização clara do correntista.
- Processo em andamento: não houve acordo na audiência de conciliação realizada em 2025.
Enquanto aguarda o desfecho judicial, Antônio segue trabalhando normalmente e convivendo com as consequências de um erro que durou poucas horas no extrato, mas deixou impactos duradouros em sua vida.
