Após carreira no setor imobiliário, administradora voltou ao sítio da família em Minas Gerais e profissionalizou a produção de queijo canastra. Aplicou gestão, planejamento e vendas online, mantendo tradição, produção diária de até 12 peças e impacto local.
Após construir carreira nos negócios imobiliários, uma administradora decidiu voltar ao sítio da família, em Minas Gerais, para profissionalizar a produção de queijo canastra. A escolha levou gestão, tecnologia simples e tradição rural a coexistirem em uma rotina intensa de gado, roça e vendas online.
O que levou a troca do escritório urbano pela vida no campo?
Formada em administração de empresas, Laís iniciou a carreira na gestão imobiliária, mas passou a enxergar o sítio da família como um negócio com potencial pouco explorado. O retorno ao campo surgiu como decisão estratégica, não como ruptura com a formação acadêmica.
Ao voltar para São João Batista do Glória, no interior de Minas Gerais, ela passou a aplicar conceitos de planejamento, viabilidade e organização financeira diretamente na queijaria dos pais, fortalecendo uma tradição canastreira com olhar profissional.

Como a formação em administração mudou a produção rural?
A primeira virada aconteceu ainda na faculdade, quando o Trabalho de Conclusão de Curso foi dedicado à análise técnica e econômica da queijaria familiar. O estudo serviu como base para estruturar custos, produção e canais de venda. Entre os avanços práticos, destacam-se os seguintes.
- Planejamento produtivo: controle de volumes, maturação e estoque de queijos.
- Gestão financeira: organização de custos e precificação sustentável.
- Presença digital: vendas diretas por redes sociais e aplicativos.
Como funciona a rotina do queijo canastra no sítio?
O sítio fica na região do Fumal, zona rural do município, em meio a pastagens, mata preservada e estrutura funcional. A queijaria é regularizada e conta com câmara de maturação planejada para acompanhar cada lote produzido.
A produção diária gira em torno de dez a doze peças, todas de leite cru. Os queijos variam conforme o tempo de cura, com maturações mínimas de 15 dias, versões intermediárias de 40 dias e peças mais intensas com cerca de 80 dias.

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Como é o manejo do gado e das pastagens?
O rebanho é formado por raças rústicas e adaptadas ao pasto, como Gir, Girolando e Caracu. O pai, Ebenezer, conduz a pecuária diária, enquanto Laís acompanha partos, vacinação, vermifugação e observação do comportamento dos animais.
- Piquetes rotacionados: 16 áreas manejadas sem rebaixamento excessivo do pasto.
- Assistência técnica: orientação do Senar e da Emater na adubação.
- Mais produtividade: aumento do leite sem ampliar área de pastagem.
Como a fazenda uniu tradição, vendas online e impacto local?
Além dos queijos, a mãe, Luciana, produz doces, geleias, bolos e licores com insumos da própria propriedade. A filha coordena pedidos, logística e atendimento direto ao consumidor final em várias regiões do Brasil.
Enquadrado como agricultura familiar, o sítio também fornece alimentos para escolas públicas por programas oficiais. A fazenda se consolidou como um negócio rural estruturado, que une tradição canastreira, gestão moderna e forte vínculo com a comunidade local.




