A infestação da cigarrinha do milho cresce em Santa Catarina, com média de 16 insetos por armadilha no Oeste. Há presença de bactérias do enfezamento e risco de perdas severas nesta e na próxima safra.
O avanço acelerado da cigarrinha do milho em Santa Catarina reacendeu o alerta máximo no campo. Monitoramentos recentes apontam alta infestação no Grande Oeste, presença de bactérias do enfezamento e risco real de perdas severas já nesta e na próxima safra estadual.
Por que a cigarrinha do milho voltou a preocupar Santa Catarina?
Dados do programa Monitora Milho SC mostram crescimento expressivo da praga entre 24 de novembro e 1º de dezembro de 2025. A média estadual chegou a 16 insetos por armadilha, índice suficiente para recolocar o enfezamento no centro das atenções técnicas.
O cenário é mais crítico no Grande Oeste catarinense, região que historicamente concentra infestações elevadas. A combinação de clima favorável, sucessão de lavouras e presença contínua do milho cria condições ideais para a manutenção da cigarrinha ao longo do ano.

Quais regiões registram os maiores focos da praga?
O monitoramento identificou concentração elevada da cigarrinha do milho em municípios estratégicos do Oeste, além de avanço preocupante para áreas onde a pressão sempre foi menor, reforçando o risco de disseminação estadual. Entre os principais pontos de atenção estão os locais a seguir.
- Grande Oeste: municípios como Ipira, Tigrinhos, Saudades e Guatambu lideram os índices.
- Vale do Itajaí: registros crescentes em Benedito Novo ampliam o sinal de alerta.
- Sul do Estado: presença confirmada em Braço do Norte indica alta mobilidade do inseto.
Quais doenças a cigarrinha do milho está espalhando?
Análises laboratoriais confirmaram que a praga carrega bactérias do enfezamento-vermelho e pálido, além de vírus associados. Esses patógenos comprometem o desenvolvimento das plantas, deformam colmos e reduzem drasticamente a formação de espigas.
O Extremo-Oeste segue como epicentro das infecções, com recorrência em diferentes safras. Em ciclos anteriores, a combinação entre alta população do inseto e patógenos ativos resultou em perdas severas de produtividade e queda direta na rentabilidade do produtor.

As lavouras ainda correm risco na fase vegetativa?
Segundo a Epagri, grande parte das áreas está entre os estágios V10 e R4, o que reduz a janela de maior suscetibilidade inicial. Ainda assim, plantios tardios e áreas em fase vegetativa seguem altamente expostos à infecção.
Nessas lavouras, a presença da cigarrinha pode comprometer o rendimento final. O risco é maior em sistemas com escalonamento de plantio, onde o inseto encontra hospedeiros jovens por mais tempo, mantendo o ciclo ativo dentro da propriedade.
Quais cuidados ajudam a reduzir o impacto da praga?
Especialistas reforçam que o enfrentamento da cigarrinha do milho exige manejo integrado e vigilância constante, sobretudo nas áreas mais pressionadas. Algumas práticas são consideradas decisivas neste momento crítico, como mostram os pontos a seguir.
- Manejo químico e biológico: uso combinado de inseticidas de contato, sistêmicos e biológicos.
- Monitoramento frequente: contagem semanal em armadilhas para ajustar intervenções.
- Controle de plantas voluntárias: eliminação do milho guaxo para evitar fonte permanente de inóculo.
A coordenação entre vizinhos, o manejo regional e o uso estratégico dos dados do Monitora Milho SC tornam-se essenciais para conter a praga e reduzir os riscos à próxima safra de milho em Santa Catarina.




