A cena de insetos voando em torno das lâmpadas em noites de calor e umidade é comum em muitas regiões do Brasil. Em diferentes estados, esses animais recebem nomes variados, como siriris, aleluias ou cupins alados. Apesar da aparência frágil, esse comportamento indica uma fase importante do ciclo de vida dos cupins, em que o objetivo principal é a reprodução e a formação de novas colônias em estruturas de madeira.
O que é a revoada de cupins e por que ela acontece
Para entender por que ocorre a revoada de cupins, como identificar esse momento do ciclo dos insetos e quais cuidados ajudam a reduzir riscos dentro de casa, veja este vídeo do @Richard Floriani no YouTube, que explica de forma direta o comportamento dos siriris, a atração pela luz e as medidas preventivas mais eficazes.
A revoada de cupins é um fenômeno sazonal em que os cupins alados deixam o ninho original para acasalar e buscar novos locais para a formação de colônias. Geralmente, isso ocorre no início da noite, em períodos chuvosos e abafados, quando o ar úmido ajuda a evitar a desidratação e a temperatura elevada favorece o metabolismo e o voo.
Nessa fase, os insetos apresentam fototropismo positivo, ou seja, atração pela luz. Em ambientes naturais, a referência era a luz da lua e o brilho do céu noturno, mas nas áreas urbanas as lâmpadas artificiais passam a funcionar como forte atrativo, concentrando nuvens de insetos em torno de postes, varandas e fachadas iluminadas.
Como funciona a organização dos cupins dentro da colônia
Dentro de uma colônia de cupins, há uma divisão de tarefas em castas bem definidas, o que explica por que a revoada é tão importante para o ciclo da espécie. A dupla reprodutora, conhecida como rei e rainha, é responsável pela postura de ovos, enquanto operários cuidam de alimentação, construção e limpeza, e soldados protegem o ninho contra predadores.
Os cupins alados, que aparecem durante a revoada, formam uma casta temporária com asas desenvolvidas, voltada exclusivamente para dispersão e reprodução. Após o voo nupcial, eles pousam, acasalam e perdem as asas, deixando montes de asas no chão, um sinal de que uma nova colônia pode estar sendo iniciada em frestas de madeira nas proximidades.
A revoada de cupins representa risco imediato para a casa
Muitos moradores associam a revoada de cupins a danos urgentes na estrutura da residência, mas o processo de destruição não é instantâneo. Depois de acasalar, um casal de cupins procura frestas em portas, rodapés, batentes e outras peças de madeira para iniciar um novo ninho, preferindo madeiras desprotegidas ou com falhas de acabamento.
Os cupins alados não possuem ferrão e não oferecem perigo direto a pessoas ou animais domésticos, sendo inclusive alimento para aves e lagartixas. O problema real surge quando a colônia se instala e passa anos se alimentando internamente, até que sinais como buracos, pó de madeira e partes ocas se tornem evidentes na estrutura.
Quais são as formas mais usadas para evitar infestação após a revoada

Para reduzir os impactos da revoada de cupins em ambientes residenciais, é possível adotar medidas preventivas simples e de baixo custo. O uso de armadilhas luminosas com luz azul, por exemplo, aproveita a atração dos insetos pela claridade e ajuda a capturá-los antes que encontrem frestas na madeira, sendo comuns modelos com placas de cola para casas e versões elétricas para comércios.
Além das armadilhas, alguns ajustes na iluminação e na vedação da casa contribuem para diminuir a entrada e a fixação dos insetos. As ações abaixo podem ser combinadas conforme o perfil do imóvel e o histórico de ocorrência na região:
- Substituição de lâmpadas brancas por amarelas em varandas e quintais;
- Instalação de telas em janelas, portas e basculantes;
- Uso de armadilhas luminosas com cola em pontos estratégicos;
- Fechamento de frestas em rodapés, batentes e caixilhos de madeira;
- Manutenção periódica de móveis e estruturas de madeira.
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Como proteger a madeira contra cupins depois da revoada
Quando o objetivo é proteger a madeira no longo prazo, o foco deve estar em tratamentos preventivos e na inspeção regular dos ambientes. Em muitos casos, utiliza-se o princípio ativo fipronil, aplicado na superfície ou em pontos específicos, seguindo as orientações técnicas; a substância age quando o cupim começa a roer a madeira, interrompendo o avanço da infestação.
Para quem prefere reduzir o uso de inseticidas, vale investir em barreiras físicas, impermeabilização e monitoramento constante. A verificação periódica ajuda a identificar sinais precoces e direcionar intervenções mais rápidas:
- Verificar se há pó de madeira, galerias finas ou asas acumuladas em cantos e rodapés;
- Reforçar a impermeabilização de móveis e estruturas expostas com verniz, cera ou tinta adequada;
- Fechar rachaduras e trincas em portas, janelas e batentes de madeira ou alvenaria;
- Monitorar sótãos, porões e áreas pouco ventiladas com maior tendência à umidade;
- Buscar orientação profissional em caso de suspeita de infestação extensa ou recorrente.




