O Natal pode intensificar distúrbios alimentares devido a excesso de comida, pressão social e emoções. Especialistas recomendam preparo emocional, refeições regulares, apoio de pessoas próximas e empatia familiar para reduzir gatilhos e sofrimento.
Para quem convive com distúrbios alimentares no Natal, a data pode trazer mais ansiedade do que alegria. Entre mesas fartas e comentários aparentemente inofensivos, emoções difíceis emergem e exigem cuidado, empatia e atenção redobrada de familiares e amigos.
Por que o Natal é um período delicado para distúrbios alimentares?
Segundo a psicóloga Cátia Lopes, das Clínicas Dr. Alberto Lopes, o Natal reúne fatores de risco importantes. Grande oferta de comida, encontros familiares intensos e expectativas irreais de felicidade criam uma pressão emocional que pode agravar sintomas já existentes.
A especialista explica que anorexia, bulimia e compulsão alimentar não entram em pausa nesta época. Pelo contrário, alterações de rotina, maior consumo de açúcar e álcool e menos momentos de introspecção tendem a intensificar sentimentos de culpa e sofrimento.
Confira o vídeo que separamos do especialista Drauzio Varella falando sobre os transtornos alimentares mais comuns no dias de hoje.
@portaldrauziovarella "Magras, magras, magras"? 🤨🤚 #emagrecimento #transtornoalimentar #drauziovarella ♬ som original – Portal Drauzio
Como lidar com mesas cheias de comida e gatilhos emocionais?
Preparar-se emocionalmente antes dos encontros familiares é essencial para reduzir o impacto dos gatilhos. Estratégias simples ajudam a atravessar a data com menos sofrimento e mais sensação de controlo, como mostram as orientações a seguir.
- Manter refeições regulares: evitar jejum antes da ceia reduz ansiedade e comportamentos extremos.
- Ter apoio à mesa: contar com alguém de confiança oferece segurança emocional.
- Estabelecer limites: não se sentir obrigada a provar tudo ou justificar escolhas.
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Evitar confraternizações ajuda ou piora o transtorno?
De acordo com Cátia Lopes, a resposta depende da gravidade do quadro e da fase do tratamento. Em situações mais agudas, evitar determinados contextos pode ser uma forma de proteção emocional temporária.
No longo prazo, porém, a evitação constante tende a reforçar o medo. A psicóloga destaca que a exposição gradual com acompanhamento terapêutico ajuda a reconstruir a relação com a comida e com os momentos sociais, promovendo mais autonomia.

Como anorexia e bulimia reagem a situações festivas?
Os comportamentos defensivos variam conforme o transtorno alimentar. Em contextos festivos, essas diferenças ficam mais visíveis e ajudam a compreender reações que, muitas vezes, passam despercebidas, como mostram os pontos a seguir.
- Anorexia: tendência a evitar alimentos considerados proibidos e a controlar porções rigidamente.
- Bulimia: alimentação aparentemente normal em público, seguida de comportamentos compensatórios.
- Impacto emocional: ambos lidam com ansiedade intensa, mas com efeitos distintos no corpo e na mente.
Como familiares podem ajudar sem causar mais sofrimento?
Identificar sinais como preocupação excessiva com comida, evasão de refeições em grupo e comentários autodepreciativos é fundamental. A ajuda começa com escuta ativa e empatia, sem julgamentos ou tentativas de controlo.
A recomendação da especialista é clara: evitar comentários sobre peso ou quantidade de comida. Criar um ambiente de aceitação, com elogios não físicos e afeto genuíno, transforma o Natal em um espaço mais seguro do que qualquer prato servido à mesa.




