Estudo com mais de 200 mil pessoas mostrou que dietas de baixo índice glicêmico reduziram em 16% o risco de Alzheimer, enquanto padrões com alto índice glicêmico aumentaram em 14% a chance de demência ao longo de 13 anos.
Escolher bem os carboidratos pode impactar diretamente a saúde do cérebro ao longo dos anos. Um grande estudo internacional indica que dietas com baixo índice glicêmico estão associadas a menor risco de Alzheimer e demência, reforçando o papel da alimentação na prevenção.
Por que os carboidratos influenciam o risco de Alzheimer?
Os carboidratos representam cerca de 55% da energia diária consumida por adultos e afetam diretamente o metabolismo da glicose. Quando mal escolhidos, eles provocam picos frequentes de açúcar no sangue, fator ligado a processos inflamatórios que prejudicam a saúde cerebral.
Segundo pesquisadores da Universidade Rovira i Virgili, não é apenas a quantidade ingerida que importa, mas a qualidade desses carboidratos. Dietas baseadas em opções refinadas aumentam a sobrecarga metabólica, enquanto escolhas mais estáveis favorecem a proteção cognitiva a longo prazo.

O que o estudo com mais de 200 mil pessoas revelou?
A pesquisa acompanhou adultos do Reino Unido por mais de 13 anos, analisando hábitos alimentares e diagnósticos cognitivos. Os resultados mostraram diferenças claras entre padrões alimentares, e os principais achados podem ser resumidos nos pontos a seguir.
- Redução de risco: dietas com índice glicêmico baixo a moderado reduziram em 16% o risco de Alzheimer.
- Aumento de risco: padrões alimentares com índice glicêmico alto elevaram em 14% a chance de demência.
- Base científica: ao final do período, 2.362 participantes desenvolveram comprometimento cognitivo.
Leia mais: Esqueça as dietas radicais: nutricionistas revelam o que realmente ajuda a emagrecer depois dos 40
O que é índice glicêmico e por que ele importa?
O índice glicêmico mede a rapidez com que um alimento eleva a glicose no sangue, em uma escala de 0 a 100. Alimentos como pão branco e batata têm valores altos, enquanto frutas e grãos integrais apresentam resposta mais lenta.
A professora Mònica Bulló, líder do estudo, explica que picos constantes de glicose exigem maior produção de insulina. Com o tempo, esse desequilíbrio metabólico está associado a maior risco de doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer e outros tipos de demência.

Quais alimentos ajudam a proteger o cérebro no dia a dia?
Os pesquisadores destacam que priorizar alimentos frescos e minimamente processados ajuda a manter níveis estáveis de glicose. Essas escolhas simples no cotidiano fazem diferença cumulativa ao longo dos anos, como mostram os exemplos a seguir.
- Frutas inteiras: fornecem fibras naturais que retardam a absorção do açúcar.
- Leguminosas: feijão, lentilha e grão-de-bico ajudam no controle glicêmico.
- Grãos integrais: promovem saciedade e reduzem oscilações bruscas de glicose.
Como usar essas descobertas na prevenção da demência?
Embora a idade seja o principal fator de risco, a alimentação é uma das estratégias mais acessíveis de prevenção. Ajustar a dieta para priorizar carboidratos de qualidade pode reduzir significativamente o impacto de processos degenerativos no cérebro.
Os autores do estudo, publicado no International Journal of Epidemiology, reforçam que pequenas mudanças consistentes ao longo do tempo são mais eficazes do que restrições extremas. Assim, escolhas diárias conscientes ajudam a preservar a saúde cognitiva no futuro.




