Entre desertos de tons avermelhados, lagos tóxicos e formações monumentais, alguns pontos do planeta parecem verdadeiros “mundos paralelos”. Esses lugares que parecem de outro planeta surgem pela ação da geologia, do clima extremo ou da intervenção humana e hoje atraem cientistas, documentaristas e turistas especializados.
O que explica paisagens que parecem fora da Terra?

A sensação de que certos lugares não pertencem ao nosso planeta costuma nascer da combinação de três fatores: cores incomuns, formas geométricas raras e condições ambientais extremas. Solos vermelhos, montanhas multicoloridas, colunas de rocha perfeitamente hexagonais ou extensões de sal que refletem o céu quebram a expectativa visual comum.
No deserto de Wadi Rum, na Jordânia, por exemplo, o relevo esculpido pelo vento e a areia avermelhada criam um cenário frequentemente comparado a Marte. Já em outras regiões, superfícies quase perfeitas ou ambientes hostis à vida servem como referência para estudos geológicos e até para pesquisas em astrobiologia, que buscam entender como a vida poderia existir fora da Terra.
Por que esses lugares atraem cientistas e turistas?
Além do impacto visual, muitos desses ambientes funcionam como laboratórios naturais. Eles ajudam a estudar erosão, atividade vulcânica, salinização extrema, formação de cristais e adaptação de organismos a condições adversas.
O avanço de drones, imagens de satélite e fotografia de alta resolução também ampliou o fascínio por essas áreas, revelando padrões e cores que o olho humano raramente percebe do solo. Com isso, destinos antes pouco conhecidos passaram a integrar roteiros de turismo científico e ecoturismo controlado.
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Quais lugares são famosos por parecerem de outro planeta?
O vídeo acima mostra mais sobre as diversas regiões do mundo se tornaram referência quando o assunto são paisagens “alienígenas”. Elas se distribuem em categorias que ajudam a entender por que causam tanto estranhamento visual.
Desertos e montanhas coloridas:
Áreas áridas com solos vermelhos, laranjas ou multicoloridos lembram superfícies de outros mundos. Além de Wadi Rum, vales áridos conhecidos como “Vale da Lua”, no Chile e no Brasil, exibem rochas esculpidas pela erosão e quase nenhuma vegetação.
Lagos extremos e superfícies reflexivas:
Alguns lagos possuem salinidade ou alcalinidade tão altas que assumem cores intensas. O Lago Natron, na Tanzânia, é famoso pelo tom avermelhado e pela hostilidade à maior parte da vida. Já o Salar de Uyuni, na Bolívia, se transforma em um espelho gigante durante o período de chuvas, confundindo céu e solo.
Cavernas de gelo e cristais gigantes:
Em regiões glaciais, cavernas de gelo exibem tons de azul intenso, moldados pelo degelo. Já cavernas de cristais, como a de Naica, no México, impressionam por abrigar estruturas minerais gigantes, formadas ao longo de milhares de anos, que parecem saídas de um filme de ficção científica.
Formações rochosas geométricas:
Locais como o Giant’s Causeway, na Irlanda do Norte, apresentam colunas basálticas hexagonais criadas pelo resfriamento da lava, gerando uma geometria tão regular que parece artificial.
Esculturas monumentais e land art:
Obras humanas em grande escala, instaladas em desertos ou áreas isoladas, intensificam a sensação de estranhamento. Mãos gigantes, esqueletos simbólicos ou espirais desenhadas no solo transformam a paisagem em algo ainda mais surreal.
Esses lugares são protegidos?
Em muitos casos, sim. Governos e instituições científicas criam áreas de proteção para conciliar pesquisa, preservação ambiental e visitação controlada. O objetivo é evitar danos irreversíveis a ecossistemas frágeis e garantir que esses cenários continuem existindo para estudos futuros.
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Quais cuidados são essenciais ao visitar paisagens extremas?
Visitar lugares que parecem de outro planeta exige planejamento. Grande parte deles está em regiões remotas, com clima severo ou riscos naturais relevantes.
Entre os cuidados mais comuns estão:
- Proteção contra calor ou frio extremos, com roupas adequadas e hidratação constante.
- Respeito a áreas restritas, especialmente em cavernas, geleiras e zonas instáveis.
- Preservação ambiental, sem retirar rochas, cristais ou qualquer elemento natural.
- Atenção a alertas oficiais sobre clima, atividade vulcânica ou mudanças nas rotas.
- Preferência por guias locais credenciados, que conhecem os riscos e as regras da área.
Essas paisagens mostram que a Terra é capaz de criar cenários tão surpreendentes quanto qualquer planeta fictício — e reforçam como a diversidade natural do nosso próprio mundo ainda guarda muitas “realidades paralelas” a serem compreendidas.




