Muita gente passa horas sentada no trabalho, no carro, no ônibus, no avião ou em casa e só estranha quando surge inchaço na perna, dor diferente ou sensação de peso. Depois dos 45, a imobilidade prolongada pode virar um gatilho perigoso para trombose.
Por que ficar sentado por longos períodos pode ser perigoso?
A trombose venosa profunda ocorre quando um coágulo se forma em veias profundas, geralmente nas pernas. O risco é alto porque esse coágulo pode se soltar e viajar até o pulmão, causando embolia pulmonar, uma emergência médica grave.
Ficar muito tempo parado reduz o fluxo venoso nos membros inferiores. Sem a contração da panturrilha — que funciona como uma bomba mecânica para empurrar o sangue ao coração — o sangue tende a se acumular, favorecendo a formação de coágulos.

Como a falta de movimento afeta a circulação das pernas?
Quando permanecemos sentados, a circulação desacelera e a panturrilha deixa de ser ativada. O Hospital Sírio-Libanês reforça que pequenos movimentos já ajudam a manter o sangue em circulação, inclusive sem sair da cadeira, como mostrado a seguir.
- Movimentos de tornozelo: girar e flexionar os pés ativa a panturrilha e estimula o retorno venoso
- Alternar calcanhares e pontas: elevar e baixar os pés contrai a musculatura profunda das pernas
- Pausas para caminhar: levantar-se sempre que possível reduz o tempo de imobilidade contínua
Por que o risco aumenta com a idade, mas não se limita a ela?
Após os 45, é mais comum acumular fatores que elevam o risco, como idade a partir dos 40, obesidade, varizes, sedentarismo, tabagismo, reposição hormonal ou anticoncepcionais em alguns casos, além de câncer e viagens longas.
Isso não significa que jovens estejam imunes. Cirurgias, internações prolongadas e períodos longos de imobilidade também aumentam o risco, mesmo em pessoas sem fatores clássicos, o que torna a prevenção relevante em qualquer fase da vida.

Quais hábitos simples ajudam a prevenir trombose no dia a dia?
A prevenção não precisa ter “cara de academia”. A regra de ouro é quebrar o tempo sentado, ativar a panturrilha ao longo do dia e manter hidratação adequada. Para quem tem predisposição, a orientação médica individual é essencial.
- Pausas frequentes: levantar a cada 60 a 90 minutos reduz o tempo de estase venosa
- Ativação discreta: exercícios simples sentados mantêm a circulação ativa
- Atenção à automedicação: o Sírio-Libanês alerta que AAS/aspirina por conta própria não previne trombose e pode ser prejudicial
Trombose é grave, mas muitas vezes evitável. Depois dos 45, o maior antídoto contra o risco silencioso da imobilidade é simples e repetível: levantar, mexer as pernas e não deixar o corpo ficar parado demais, mesmo que em pequenas doses.




