Após décadas marcando presença em bairros e centros comerciais dos Estados Unidos, o fechamento definitivo das lojas Joann em 2025 simbolizou um ponto de virada no varejo de artesanato e costura, evidenciando a transição acelerada para o consumo digital, o enfraquecimento do modelo baseado em grandes lojas físicas e a necessidade de experiências mais ágeis, conectadas e personalizadas para quem vive a cultura do “faça você mesmo”.
Por que a Joann encerrou suas atividades após tantos anos
O encerramento das atividades da Joann está ligado a uma combinação de fatores econômicos e estruturais. A empresa entrou pela segunda vez em recuperação judicial sob o Capítulo 11 no início de 2025, tentando reorganizar dívidas e preservar parte da operação em um cenário já bastante pressionado.
A intenção inicial era manter um número reduzido de lojas mais rentáveis e fortalecer canais digitais, mas as vendas abaixo do esperado e os custos elevados inviabilizaram a estratégia. Com o avanço do processo, os ativos foram leiloados, arrematados por um grupo financeiro e decidiu-se pela liquidação completa, com encerramento de todas as unidades até o fim do primeiro semestre de 2025.

Como a pandemia acelerou a crise do varejo físico
A pandemia de Covid-19 foi um divisor de águas para o varejo físico, e a Joann não escapou. Com o isolamento social e a queda brusca na circulação, lojas dependentes da visita espontânea de clientes viram o faturamento desabar, enquanto plataformas digitais absorviam a nova demanda.
No artesanato e na costura, o interesse por atividades domésticas até cresceu, mas a compra migrou para o online, em marketplaces e concorrentes com e-commerce mais robusto. A Joann, focada em loja física, enfrentou dificuldades de conveniência, preços e variedade digital, além de custos fixos pesados em aluguel, manutenção e folha de pagamento.
O que o fechamento da Joann revela sobre o mercado de artesanato
O fim das lojas Joann levanta dúvidas sobre o futuro das grandes redes especializadas em artesanato e costura. O interesse por atividades manuais segue forte, mas o comportamento de compra mudou, com consumidores divididos entre comércio eletrônico, pequenos ateliês de bairro e grandes varejistas de desconto.
Nesse novo cenário, o cliente conectado busca não só produtos, mas também serviços e experiências complementares. A partir disso, alguns elementos tornaram-se essenciais para fidelizar esse público e substituir o papel central que redes como a Joann desempenhavam:
- Facilidade de compra, com navegação simples, entrega rápida e políticas claras de troca;
- Conteúdo e inspiração, incluindo tutoriais, aulas online e ideias de projetos criativos;
- Comunidade ativa, em grupos digitais, encontros locais e oficinas colaborativas;
- Curadoria e personalização, com kits temáticos e produtos pensados para nichos específicos.

Como o espaço deixado pela Joann está sendo ocupado hoje
O espaço que antes era dominado pela Joann tende a se reorganizar em formatos menores, híbridos ou totalmente digitais. Lojas independentes, marketplaces especializados e plataformas de cursos online ganham relevância ao combinar venda de materiais, conteúdo educativo e interação entre criadores.
Ao mesmo tempo, pequenos negócios locais e ateliês passam a oferecer atendimento mais próximo, workshops presenciais e curadoria mais refinada. Essa fragmentação do mercado permite maior diversidade de ofertas, mas exige do consumidor mais pesquisa, comparação de preços e busca ativa por fornecedores confiáveis.
Qual é o legado da Joann e como agir diante dessa mudança
Ao longo de mais de 80 anos, a Joann foi ponto de encontro para artesãos, empreendedores criativos e famílias, construindo memória afetiva em torno de projetos escolares, negócios caseiros e momentos compartilhados. Seu fechamento marca o fim de uma era do varejo de artesanato, mas também reforça que a criatividade não depende de uma única loja, e sim da capacidade de adaptação de quem cria.
Se você vive de artesanato ou quer manter o “faça você mesmo” em sua rotina, este é o momento de agir: fortaleça sua presença digital, teste novos fornecedores, participe de comunidades criativas e não espere outra grande rede cair para se reinventar. Use a história da Joann como alerta e inspiração para transformar agora a forma como você produz, compra e vende no universo criativo.




