Depois de um fim de semana com muita comida pesada e algumas taças de bebida, muita gente sente aquele “peso” e logo pensa no fígado. Esse órgão trabalha em silêncio todos os dias, filtrando toxinas, ajudando na digestão e mantendo o corpo em equilíbrio. Não é à toa que, cada vez mais, cresce o interesse por plantas que podem apoiar a saúde do fígado, sempre como complemento a bons hábitos e nunca como solução mágica.
Como o cardo-mariano pode apoiar a proteção do fígado
O cardo-mariano (Silybum marianum) é uma das plantas mais lembradas quando se fala em proteção hepática. As sementes concentram um complexo chamado silimarina, associado a ação antioxidante que pode ajudar a reduzir danos de radicais livres nas células do fígado. Esse efeito antioxidante é frequentemente citado em estudos que investigam a regeneração das células hepáticas e a modulação de processos inflamatórios.
No dia a dia, o cardo-mariano aparece em cápsulas, comprimidos, extratos líquidos e, às vezes, em forma de chá. A dosagem ideal depende de orientação profissional, levando em conta idade, peso, uso de remédios e doenças pré-existentes. Quem tem alergia a plantas da família Asteraceae precisa de atenção, pois o cardo-mariano faz parte desse grupo. Além disso, é importante observar possíveis interações medicamentosas, principalmente com remédios metabolizados pelo fígado.

Alcachofra faz bem para o fígado e para a digestão
A alcachofra (Cynara scolymus) é muito conhecida na culinária, mas também aparece em fórmulas naturais de apoio à função hepática e digestiva. As folhas, não só a parte comestível, contêm compostos como a cinarina, ligados ao estímulo da produção e do fluxo da bile. Esse aumento do fluxo biliar pode favorecer a digestão de gorduras e reduzir desconfortos após refeições mais pesadas.
Com mais bile, o corpo lida melhor com gorduras durante a digestão, o que reduz a sobrecarga sobre o fígado. A alcachofra é usada em extratos, comprimidos e chás das folhas secas, e muitas vezes combinada com outras plantas. Gestantes e pessoas com pedras na vesícula ou obstrução das vias biliares precisam de avaliação individual. Em alguns protocolos, a alcachofra é associada a orientações de alimentação leve, com menos frituras, para otimizar seu efeito digestivo.
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Como boldo e dente-de-leão entram nos cuidados com o fígado
O boldo-do-chile (Peumus boldus) talvez seja o chá mais famoso quando alguém exagera na comida. Suas folhas são ligadas à melhora da digestão, principalmente após refeições pesadas, ajudando a aliviar a sensação de estômago cheio e desconforto leve. Por isso, o boldo é visto como um apoio suave ao fígado e à bile, sendo muito usado em chás caseiros e em alguns suplementos combinados.
O dente-de-leão (Taraxacum officinale) aparece com frequência em fórmulas “detox” e misturas para o fígado. Raízes e folhas podem ser usadas em chás ou extratos, sendo associado a efeito diurético moderado e possíveis ações sobre o metabolismo hepático. Mesmo assim, o uso prolongado e em altas doses de dente-de-leão ou boldo não substitui medicamentos e deve ser acompanhado por um profissional. Pessoas com problemas renais ou uso de diversos fármacos devem ter atenção redobrada ao incluir essas plantas medicinais na rotina.

Quais cuidados ter ao usar plantas para o fígado com segurança
Mesmo sendo naturais, essas plantas podem causar efeitos indesejados ou interagir com remédios. Por isso, o uso de cardo-mariano, alcachofra, boldo, dente-de-leão e outras espécies voltadas ao fígado deve ser planejado com cuidado, principalmente em casos de hepatite, cirrose, gordura no fígado ou uso de vários medicamentos. Em situações de doença hepática avançada, a avaliação de um hepatologista ou clínico é fundamental antes de qualquer fitoterápico.
Para facilitar, veja alguns pontos importantes que costumam ser indicados por profissionais de saúde antes de iniciar qualquer fitoterápico para o fígado:
- Consultar profissional de saúde antes de iniciar qualquer fitoterápico.
- Respeitar doses e tempo de uso recomendados na embalagem ou na prescrição.
- Evitar automedicação, principalmente em gestantes, lactantes, idosos e crianças.
- Observar sinais de alerta, como dor abdominal intensa, pele ou olhos amarelados, enjoo persistente e urina escura.
Para você que gosta de aprofundar, separamos um vídeo do canal do Dr Juliano Teles sobre chás que ajudam na limpeza do fígado:
Conclusão e próximos passos para cuidar melhor do fígado
Quando usadas com responsabilidade, plantas como cardo-mariano, alcachofra, boldo e dente-de-leão podem ser aliadas no cuidado com o fígado, mas não fazem milagres sozinhas. Elas funcionam melhor ao lado de uma alimentação mais leve, menos álcool, movimento diário e acompanhamento médico regular. Em muitos casos, o profissional ajusta o tipo de planta, a forma de uso e o tempo de tratamento conforme o histórico de saúde da pessoa.
Se você sente que está sobrecarregando seu fígado ou quer prevenir problemas, converse com um médico ou nutricionista antes de começar qualquer fitoterápico. Leve este conteúdo para a próxima consulta, tire suas dúvidas e, se fizer sentido para você, peça ajuda para montar um plano personalizado de cuidados naturais e mudanças de estilo de vida. Assim, as plantas se tornam parte de uma estratégia mais ampla de cuidado com a saúde hepática e com o bem-estar geral.




