A Obesidade é um problema de saúde pública amplamente discutido devido aos seus impactos na qualidade de vida e saúde individual. Diferente da percepção comum, a Obesidade vai além de simples escolhas alimentares, sendo na verdade uma condição crônica e multifatorial. Envolve fatores genéticos, hormonais, metabólicos, emocionais e sociais, complexificando bastante sua compreensão e tratamento. Esse texto busca desmistificar algumas ideias equivocadas e frases que frequentemente são dirigidas a pessoas que lidam com a obesidade.
Um dos maiores desafios enfrentados por essas pessoas é o estigma enraizado na sociedade. Muitas vezes, o preconceito se manifesta em palavras e frases que podem agravar a condição emocional do indivíduo. Frases do tipo “é só fechar a boca” simplificam erroneamente a Obesidade, ignorando a complexidade por trás da condição. A adequação no uso da linguagem é crucial para apoiar pessoas que enfrentam essa doença, pois palavras têm um poder significativo tanto para ferir quanto para curar.
Quais frases estigmatizam a Obesidade?
Dentre as falas mais comuns que agravam estigmas estão: “você não tem força de vontade” e “você deveria fazer exercício físico”. A primeira frase culpa injustamente o indivíduo pela sua condição, ignorando as inúmeras tentativas que muitos já fizeram para perder peso. A segunda pressupõe a inatividade, quando em muitos casos, a prática de exercícios já faz parte da rotina do indivíduo. O importante é se conscientizar de que a abordagem de saúde deve ser acolhedora e incentivadora, orientada por profissionais adequados.
Por que evitar julgamentos sobre o corpo dos outros?
Comentários diretos sobre o peso de uma pessoa, como “você engordou” ou “por que você deixou chegar a esse ponto?”, são desnecessários e muitas vezes danosos. Eles falham em demonstrar uma preocupação genuína com a saúde, mas expõem a pessoa a sentimentos de vergonha e constrangimento. O corpo humano é sujeito a variações por diversos motivos, como gravidez, tratamento para condições de saúde ou mesmo mudanças emocionais, sendo reduzido e empobrecedor reduzir tais mudanças a falhas pessoais.

Qual a importância da Person-First Language?
A abordagem da Person-First Language (PFL) propõe a prioridade ao indivíduo sobre sua condição. Isso significa reconhecer a pessoa além da Obesidade, destacando a individualidade e respeito. Por exemplo, referir-se a alguém como “pessoa com Obesidade” e não “uma pessoa obesa” neutraliza o estigma e promove um ambiente mais respeitoso. Desta forma, o foco no tratamento pode evoluir de forma mais positiva, contemplando soluções que visem sua saúde integral e não somente o peso.
- Compreender que a Obesidade é uma condição complexa e não uma falha de caráter
- Utilizar linguagem que enfatize o respeito e a individualidade
- Promover o acolhimento e acesso adequado ao tratamento
Portanto, mudar a narrativa ao redor da Obesidade pode contribuir significativamente para que pessoas nessas condições busquem e recebam o apoio necessário. Evitar reforçar estigmas e optar por uma comunicação que respeite a individualidade são passos fundamentais para a promoção de um ambiente inclusivo e acolhedor. Tal mudança de perspectiva não só apoia os indivíduos diretamente afetados pela obesidade, mas também educa a sociedade como um todo, sustentando a transformação para um mundo mais compreensivo e solidário.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271




