Aumento na conta de luz sem mudança aparente de hábitos é uma situação frequente em muitos lares. Entre todos os equipamentos ligados o tempo inteiro, o refrigerador costuma ocupar um lugar discreto, porém decisivo. Pequenos gestos repetidos diante da porta do eletrodoméstico podem representar, ao longo dos meses, uma diferença real na despesa de energia, mesmo em lares que afirmam “tomar cuidado”.
Por que o consumo de energia do refrigerador faz a conta subir

Em muitos lares franceses, o refrigerador responde por cerca de 10% a 15% da eletricidade consumida ao longo do ano. Ele funciona 24 horas por dia para manter uma temperatura interna estável, entre 2 °C e 4 °C, adequada para conservar alimentos com segurança.
Cada vez que a porta é aberta, o ar frio sai e o ar mais quente da cozinha entra, obrigando o aparelho a trabalhar mais para recuperar o equilíbrio térmico. Em casas com muitas aberturas diárias, o motor é acionado repetidas vezes, o que se traduz em mais kWh na fatura e em maior desgaste mecânico do compressor.
Como o hábito de abrir e fechar o refrigerador impacta o gasto de energia
O chamado “abrir só para ver” é um dos comportamentos mais comuns ligados ao desperdício de eletricidade na cozinha. Em situações de tédio, busca rápida por um lanche ou simples automatismo, a porta é aberta sem planejamento e fica aberta tempo demais, enquanto o frio se perde para o ambiente.
Fisicamente, o ar frio, mais denso, escoa para fora pela parte inferior, enquanto o ar quente entra pela parte superior. Em famílias em que a porta é aberta dezenas de vezes ao dia, com longos períodos de indecisão, o consumo anual pode aumentar significativamente, além de acelerar o desgaste do sistema de refrigeração.
- Aberturas longas: fazem a temperatura subir bruscamente, exigindo ciclos mais intensos do compressor.
- Aberturas curtas e objetivas: reduzem a troca de ar e aliviam a carga de trabalho do aparelho.
- Porta mal fechada: cria uma “fresta invisível” por onde o frio escapa continuamente.
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Quais hábitos ajudam a economizar energia com o refrigerador
Para reduzir o consumo de energia do refrigerador, as orientações mais eficazes começam antes da porta ser aberta. Ter uma ideia prévia do que se pretende pegar reduz o tempo de indecisão, e uma organização por zonas facilita localizar rapidamente cada item.
Evitar colocar alimentos quentes, deixar pratos esfriarem à temperatura ambiente, controlar o tempo de abertura e verificar o estado da junta da porta são ações simples que aumentam a eficiência. Ajustar a temperatura em torno de 4 °C costuma equilibrar segurança alimentar e economia, sem necessidade de baixar demais o termostato.
- Planejar a abertura: pensar antes no que será retirado do refrigerador.
- Organizar por categorias: agrupar produtos semelhantes para achá-los com facilidade.
- Evitar colocar alimentos quentes: deixar pratos esfriarem antes de guardar.
- Controlar o tempo: manter cada abertura abaixo de 10 segundos sempre que possível.
- Verificar o estado do aparelho: limpar a vedação e checar a integridade da junta da porta.
Como a posição e a organização do refrigerador afetam o consumo

A forma de organizar alimentos no interior interfere diretamente na circulação do ar frio. Um refrigerador lotado até o limite dificulta o fluxo de ar, enquanto um aparelho quase vazio facilita a troca de ar com o ambiente a cada abertura, aumentando o esforço do sistema.
A posição do refrigerador na cozinha também influencia o gasto de energia. Um aparelho encostado em fontes de calor, como forno ou fogão, ou sem espaço adequado para ventilação traseira, consome mais para manter a mesma temperatura interna, o que pode ser reduzido com simples ajustes e limpeza periódica da parte traseira.
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Pequenos gestos no uso do refrigerador realmente fazem diferença
Relatos de famílias que passaram a observar mais de perto o uso do refrigerador indicam que mudanças simples de rotina trazem resultados mensuráveis. Muitas vezes, não é preciso investir em aparelhos de última geração; uma forma mais consciente de abrir, fechar e organizar já reduz a carga na instalação elétrica doméstica.
Na França, campanhas de energia responsável destacam que a soma de pequenos gestos em milhões de lares representa um volume considerável de kWh poupados. Assim, o refrigerador deixa de ser apenas um fundo de cenário na cozinha e passa a ser visto como um equipamento central na gestão da energia do lar, contribuindo para um equilíbrio mais estável entre conforto diário e consumo controlado.




